“Ele passou confiança de que se chega a um acordo sobre o orçamento, que é a questão que mais preocupa o mercado neste momento”, disse um participante, na condição de anonimato.
Mas Lira não cravou se o presidente da República, Jair Bolsonaro, vai sancionar o texto sem vetos, disse esse executivo, embora tenha declarado aos participantes que não haverá ruptura do teto de gastos.
Para esse executivo, foi por isso que o mercado mostrou melhora enquanto Lira falava no evento. “Ele foi bastante positivo”, disse o interlocutor, ressaltando que Lira falou que espera agilizar as reformas.
Reforçando o coro que tem feito nos encontros com empresários e banqueiros às reformas, Lira mencionou ainda o posterior encaminhamento da reforma administrativa e ainda o início das discussões sobre a privatização da Eletrobrás.
Coincidindo com as notícias sobre a fala mais otimista de Lira, o dólar chegou a cair rapidamente para a casa dos R$ 5,57 e os juros futuros devolveram prêmios, batendo mínimas. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2027, por exemplo, caiu a 8,65%, de 8,84% do ajuste anterior.
O presidente da Câmara demonstrou preocupação no evento com a disparada do dólar, que tem ocorrido justamente por causa do problema fiscal do Brasil. O real foi uma das piores moedas do mundo em 2020 e segue neste ano com desempenho bem abaixo de outros países emergentes ante o dólar.
O encontro com Lira aconteceu na sede do BTG, na Faria Lima, em São Paulo. Por causa da pandemia, o evento teve lugares limitados e muitos não conseguiram participar.
Entre os participantes, havia mais pessoal de mercado financeiro, como gestores e executivos de bancos, mas também alguns empresários. Mas uma economista conta que os relatos que ouviu do presidente de sua gestora ajudaram a dar algum alento sobre a questão do orçamento e das reformas.
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