“Eu, como pesquisador, falei com o presidente, comecei a ler o que existia naquele momento, março de 2020, e não havia vacina, não havia nada. Existia o remédio para malária, que estava começando a se aventar como uma possibilidade. Mas, dentro desse cenário de guerra, era uma possibilidade”, disse o ex-assessor, após se apresentar como uma pessoa estudiosa, que obteve doutorado e que publicou livros na Europa.
Arthur gravou o vídeo ao lado do irmão, e afirmou que comprou um remédio, sem dizer o nome “cloroquina”, após ter notícias que poderia servir como um tratamento, e que o tomou por dois dias antes de falar com Bolsonaro. “Fui comentar com o presidente que havia coisas publicadas sobre o assunto e eu estava entrando em contato com médicos, pesquisadores, dessa áreas. E o presidente disse assim: ‘Olha, você que tem esse histórico (de pessoa estudiosa), passa a estudar e você vai me trazer o que você for encontrando. E você vai vendo os contatos (de pesquisadores)'”, afirmou. O vídeo tem o título “Esclarecendo, sem medo da verdade”.
No vídeo, ele disse também ter feito contato com outros médicos, ressaltando que, no momento, não havia vacina. O ex-ministro da Educação pro sua vez, afirma que o irmão tomou o remédio pelo par de dias para ver se havia algum efeito colateral no tratamento – que, segundo a Organização Mundial de Saúde, não é eficaz contra a covid-19 e ainda pode causar problemas cardiovasculares.
O ex-assessor, entretanto, negou que sua atividade se caracterizasse por organizar o que vem sendo chamado pelos senadores da CPI da Covid como “gabinete paralelo”. “Eu não organizei gabinete, eu fazia contatos científicos e trazia informações pro presidente. Dentro disso, eu fiz um evento, em agosto de 2020, no Palácio do Planalto, porque eu acabei tendo contato com em torno de 10 mil médicos de linha de frente”, disse Weintraub.
Arthur e Abraham Weintraub vivem nos Estados Unidos após o ex-ministro da Educação deixar o cargo, em junho de 2020, em meio à crise da divulgação da reunião ministerial de abril daquele ano, em que ele ameaçou prender os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele responde processo por improbidade administrativa.
Os irmãos defendem, no vídeo, o trabalho realizado por Arthur dizendo que ele estava defendendo a liberdade dos médicos de escolherem a melhor forma de tratar os pacientes. “Não cheguei a ter nenhum contato com discussão de vacinas”, disse o ex-assessor.
A demora para a compra das vacinas é um dos pontos centrais das investigações da CPI.
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