Assistindo a tudo, como se nada fosse conosco

Rosel Antonio Beraldo e Anor Sganzerla

Estamos impávidos, vivendo a era do terror sob diferentes formas, o terror de hoje já fugiu a muito tempo das telas de cinema, para fazer morada em nossos lares, ele entra sem pedir nenhum tipo de licença, muitos têm um medo grande de mandar ele embora, têm medo de serem taxados de traidores, inimigos da verdade. O terror que todos nós vivemos, assistimos ao vivo, perdeu a vergonha, ele não encontra nenhuma outra forma de solução para os problemas que ele julga estar enfrentando, que não seja a dura e macabra violência, ele pratica a morte em escala industrial como num passado recente, os principais organismos internacionais dando de ombros, quase sempre de mãos atadas. O terror do século XXI, é um duro golpe naqueles que um dia projetaram um mundo livre, iluminado por inúmeras conquistas e com um futuro brilhante, infinito e cheio de vida para todo o ser.

Há o terror da guerra entre Rússia e Ucrânia, terror esse que mal sabemos o tamanho do custo que ele já gerou e ainda continuará a causar, nesse terror bélico, existem sim muitos outros terrores menores, matanças indiscriminadas, desinformações de ambos os lados, a população civil sendo a mais afetada e como sempre é aquela parte que mais arca com essa loucura; não podemos esquecer também e que é muito pouco falado, é que há também nesse conflito a guerra cibernética, por outras palavras, meios artificiais que são usados por ambos os lados para travar, destruir, eliminar os objetivos do outro lado. Ucrânia e Rússia possuem ainda outro terror mais devastador, que se chama “terror nuclear”, a Ucrânia já tem o seu cemitério nuclear eterno chamado Chernobyl, a usina nuclear de Zaporizhzhia, poderá ser a próxima da lista; um acidente nesse local será o fim.

Nesse último dia sete de outubro, acordamos bem cedo com o terror explodindo entre palestinos e israelenses, um terror histórico para ambos os lados, mas só que dessa vez com proporções totalmente desconhecidas para qualquer simples mortal, esse conflito é mais um capítulo sombrio na história desses dois povos, nenhum dos dois lados é santo nessa história, em ambos existem pessoas de boa índole e que não querem esse conflito em absoluto, mas há também em ambos os lados pessoas enlouquecidas pelo poder, em fazer sofrer, destruir, matar. Em ambos os lados, palestinos e israelenses encontramos feras descontroladas, monstros criados pela fria e dura realidade humana, que muitas vezes abdica da razão para dar lugar ao genocídio, à violação dos direitos humanos mais elementares; esse desastre como tantos outros, de uma forma ou de outra nos questiona.

Outro novo tipo de terror que acompanha os dois já acima citados, é o terror climático, que não está escolhendo nem hora, nem local e muito menos escolhe o tipo de pessoa que irá receber a sua visita, pode ser rico, pobre, uma criança, um adolescente, um adulto ou também um idoso, pode afetar uma cidade, um estado, uma região ou todo um país, prova inequívoca deste fenômeno é o nosso amado Brasil, num lado seca, noutro enchentes horripilantes, incêndios se perdendo de vista, uma degradação inimaginável para quem quer que seja. O terror climático, é mais uma face desastrosa do ser humano, de querer tudo dominar, de querer colocar todas as criaturas de joelho, ao seu serviço; o terror climático, tendo o ser humano por artífice, nada mais é do que uma revolta da Mãe natureza, pequenos avisos que ela nos vem dando de que se não pararmos, tudo vai piorar.

Mas ao lado de tantos terrores, tivemos e temos a alegria cotidiana de termos em nosso meio as crianças, esses seres tão queridos e que nos enchem de esperança de que nem tudo está perdido, com as crianças sempre enxergamos novos começos, elas nos dão pistas preciosas de como devemos conduzir nossas vidas, caso nós adultos seguíssemos a criança que está enterrada dentro de nós, tudo seria diferente ao nosso redor, se cada um de nós despertasse seu lado criança, todos esses terrores absurdos seriam eliminados, não teríamos mais tristezas, nem fome, nem falta de moradias, povos e nações não estariam nesse momento se engalfinhando em batalhas e muito menos botando fogo no mundo. Cada um de nós tem uma criança dentro de si, não seria nada mal que ela desabrochasse apesar da idade que temos, seriamos mais alegres e mais compreensivos.

Bioeticamente, hoje o terror tem sido uma arma poderosa nas mãos daquela meia dúzia de pessoas que se julgam os donos do mundo, esses senhores engravatados que tramam, urdem armadilhas para que os menos informados caiam em suas garras, prometem demais, mas não cumprem nada, aliás até cumprem sim, cumprem um papel de aparências, de faz de contas, sabem fingir como ninguém, aqueles sorrisos trapaceiros, dúbios, que não possuem outro desejo de que não seja o de levar proveito em tudo, mesmo que para isso milhões tenham que sofrer ou até mesmo morrer se preciso for. Conhecemos de cor e salteado aqueles que se julgam os donos do mundo, iniciam suas escaramuças, mas delas não participam, não mandam seus filhos nem suas esposas ou parentes para as frentes de batalha, mandam aqueles que eles querem que sumam da face da terra. Mas o terror não sairá vencedor, ele nunca venceu nada, ele foi sim, até um ponto apenas; somente juntos poderemos vencer o terror e juntos poderemos ajudar a nossa amada Terra.

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