Conversar muito, escutar mais ainda.

Como tenho falado de vigiar, punir, ouvir, dialogar, é importante que eu tente concluir esses temas por meio de uma reflexão que pode nos ajudar um pouco nas situações de conflito familiar.

Nesse tempo estamos no limiar do final de ano escolar. Novembro findando e pais, escola e alunos entram num período, por dizer assim, de “pré-ansiedade” e em alguns casos de “ansiedade” muito profunda.

Quando a relação parental com os filhos ocorre de maneira satisfatória, por meio de diálogo e escuta, esse momento da vida escolar transcorre, de certa forma em paz.

No entanto, quando a relação parental com os filhos e a escola não é das melhores, podem ocorrer conflitos sérios, pois os pais, inevitavelmente, cobrarão dos filhos e da escola, um desempenho positivo para o ano escolar que finda.

É certo que nem os pais e nem a escola, desejam que uma criança “reprove” no ano escolar. Não é benéfico para a autoestima da criança/adolescente e nem para a escola como referência de desempenho escolar, como também para os pais que, aparentemente não deram importância ao estudo do filho(a) no decorrer do ano.

É interessante observar que, de fato, muitos pais estão interessados que o resultado do ano escolar seja positivo e, talvez, para alguns, a preocupação com as implicações desse resultado, para o desenvolvimento social e cognitivo do aluno e suas relações com o sucesso escolar.

Nesse sentindo, quando o foco de debate é o papel dos pais na escolarização dos filhos e suas implicações para a aprendizagem, na escola, há aspectos a serem ressaltados. A família como impulsionadora da produtividade escolar e do aproveitamento acadêmico e o distanciamento da família, podendo provocar o desinteresse escolar e a desvalorização da educação.

É lógico que não é papel dos pais ensinar conteúdos acadêmicos, essa é a função específica da escola, mas cabe sim, aos pais, acompanhar, incentivar, proporcionar, orientar, enfim, auxiliar os filhos a construírem o conhecimento proposto pelo programa escolar.

Sabemos que, no contexto atual da sociedade, a escola deve resgatar, além das disciplinas científicas, as noções de ação política e busca da cidadania e da construção de um mundo mais equitativo. “Neste contexto, a escola deve visar não apenas a apreensão de conteúdo, mas ir além, buscando a formação de um cidadão inserido, crítico e agente de transformação, já que é um espaço privilegiado para o desenvolvimento das ideias,  crenças e valores, mas se deve ter a noção clara que a família não tem condições de educar sem a colaboração da escola, ou seja, a educação formal e a informal tem um caminho de mão dupla: escola e família.

Pois bem, dito isso, volto à questão do resultado escolar. Não adianta desespero, ter chiliques, crises de depressão e ansiedade. Se o caminho do ano letivo não foi trilhado contemplando pais, filhos e escola o resultado final pode não ser aquele que se esperava.

Nesta época em que o fechamento do semestre escolar vem mais carregado dos processos afetivos desenvolvidos ao longo do ano, podemos ter um panorama geral para verificar tudo que se passou e o quanto os educadores, os pequenos ou jovens se transformaram, cresceram. Por isso, muito mais do que o “aprovado” ou “reprovado”, é preciso entender que é preciso debruçar-se sobre o comportamento parental, dos filhos e da escola no processo escolar.

Aos pais, nesse momento, cabe muito mais o papel de ser ouvinte, acolhedor e mediador, por esta razão, procure utilizá-las nesta relação de afeto e na solução do que não está bem na aprendizagem.

Ouça muito, dialogue, compreenda, incentive, reprograme para o próximo ano, desafie, aqueles filhos que estão indo muito bem para que estudem mais ainda, tenham mais dedicação, alcancem excelentes resultados, mas tenham “paciência de pai e ternura de mãe” com aqueles que têm dificuldades para aprender e serem aprovados com facilidade, pense nisso, enquanto lhe desejo boa semana.

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