Por uma Igreja missionária

Pe. Lino Baggio, SAC

No próximo domingo, dia 22 de outubro, será o Dia Mundial das Missões. O lema escolhido para este dia, inspirado na história dos discípulos de Emaús (Lc 24,13-35), é: “Corações ardentes, pés a caminho”. E o tema: “Ide! Da Igreja local aos confins do mundo”.  

No contexto de Igreja, missão é evangelizar, anunciar a boa notícia de Cristo. Vale esclarecer que este anúncio evangelizador não é somente uma proclamação verbal, publicitária, de um fato bom que Jesus realizou, mas, sim, um acontecimento cujos resultados são benéficos para todos, como o fogo do sol que aquece, gera a luz e brilha. Neste sentido, o anúncio do Evangelho gera salvação.

O termo “missão” já faz parte, de alguma maneira, do nosso vocabulário. Muitas vezes, porém, quando se pensa em missão, vem à nossa mente uma exagerada preocupação com as atividades, a organização e as estruturas. Não podemos esquecer que Jesus, percorrendo as aldeias da Palestina, cruzou com alguns homens aos quais fez um convite: “Vem e segue-me”. E, depois de alguns anos de convivência, no momento de se despedir deles, mandou-os pelo mundo afora, com a seguinte recomendação: “Anunciem a Boa-Nova a todos!”

Para Jesus, antes de qualquer coisa, a missão é tarefa de pessoas de boa vontade, que conhecem a voz dele e que, apaixonados por Ele, querem comunicar esta paixão a todos. Por isso, quem atuou e continua atuando na missão são pessoas concretas, com seus limites e virtudes, que, além de suas atividades cotidianas e/ou profissionais, colocaram sua vida à disposição de Cristo que, continuamente, continua repetindo: “Vem…Vá”. Essas pessoas dão-nos a entender que participar da missão significa encontro de pessoas na agitação do dia a dia e não na segurança de uma casa. É ir ao encontro e não esperar que alguém apareça, tendo presente que o Evangelho se torna eficaz quando comunicado com ternura e muito calor humano. Neste sentido, o Papa Francisco, sempre acentuou que, para ser viva e ter sentido para a humanidade, a Igreja precisa mexer fundo nas suas estruturas, no seu modo de ser e de agir. Os bispos são chamados a serem, de fato, pastores no meio do seu rebanho, como um “Bom Pastor” e os padres que “tenham cheiro de ovelha”, acolhendo a cada uma através do diálogo e com aroma de santidade.   

Chamados por Deus e liderados por Cristo, o Apóstolo do Pai, somos todos missionários. Não há outra missão que sustente a nossa fidelidade ao Pai a não ser o fato de termos sido seduzidos e arrebatados pela causa missionária. Há os que abraçam esse ideal e se dispõem a vivê-lo onde estão. E há os que são chamados a ultrapassar as fronteiras e estar juntos às pessoas de outras culturas, com outros costumes, com línguas diferentes, aonde, talvez, poucos aceitam ir.

Tenhamos a certeza, meus irmãos missionários de perto e de longe, que o Espírito do Ressuscitado nunca nos faltará se contarmos sempre com Ele. E tenhamos presente que Evangelizar jamais é um ato isolado, individual, privado, mas sempre eclesial. E isso dá força à missão e faz cada missionário e evangelizador sentir que nunca está sozinho.

É importante lembrar que, no penúltimo domingo de outubro, neste ano, dias 21 e 22, todas as Igrejas do mudo realizam a coleta missionária, destinada integralmente para a missão universal.

Atualizemos, perante o mundo dilacerado por egoísmos, conflitos e guerras, o testemunho da fraterna caridade, que faz da “multidão dos fiéis” um só coração e uma só alma, para que o mundo creia que Jesus é o Enviado do Pai e que o Pai nos ama.

                  Paróquia São Roque – Coronel Vivida

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