As sementes que cultivamos

Lemos que O semeador saiu a semear. As sementes caíram em tipos diferentes de solo e, por isso, tiveram resultados conforme a qualidade da terra que as recebeu.

As que encontraram solo adequado, frutificaram e se multiplicaram.

Outras, que encontraram solo ruim, pedregoso ou espinhoso, nem vingaram ou feneceram logo.

Houve algumas que caíram em solo propício, tiveram um início promissor, mas os espinheiros as sufocaram, impedindo-lhes o prosseguimento da existência.

*

O Semeador, por excelência, é Deus. O solo é o nosso coração. As sementes são as virtudes latentes em nossa intimidade.

O que temos feito dessas sementes é o que compete nos indagarmos.

Temos retirado os espinheiros dos nossos interesses imediatistas, para que elas germinem?

Temos zelado pelo seu crescimento, providenciando a rega da boa vontade, o adubo do bem-querer, a poda das nossas más ações?

Se somos abençoados com a oportunidade do trabalho, não permitamos que a erva daninha da preguiça, da nossa pobreza moral abafe o que deve frutificar em bênçãos.

Se somos dotados com a possibilidade de garantir o próprio sustento, neste mundo de tantas dificuldades, não nos permitamos desconsiderar a semente do corpo e da inteligência.

Leia Também

Se a doença nos alcançou, busquemos a semente da paciência, e nos sirvamos desses momentos para analisar nossos próprios atos, lembrando que a enfermidade é semente educadora.

Se não se apresenta o sol generoso das amizades, mas somente a chuva e o frio dos que não nos querem bem, preservemos a semente da resignação, não deixando que morra nossa vontade de vencer.

Não nos permitamos cultivar a revolta, porque a alternância das estações é necessária a fim de termos a natureza plena de vida.

Em cada situação que nos caiba enfrentar, tenhamos o cuidado de cultivar alguma virtude, pensando na gleba do nosso progresso moral.

Pensemos que o contratempo é momentâneo, que as bênçãos sempre nos chegam em número maior do que os aborrecimentos e as problemáticas diárias.

Vivamos cada dia, com seus próprios desafios e dificuldades. Não queiramos resolver de imediato o amanhã e o depois.

Jesus nos alertou dizendo que a cada dia basta o seu mal, o que nos convida a buscar a solução das questões, na medida em que se apresentem, sem afobação.

Dessa maneira, escolhamos cultivar, a cada alvorecer, as flores da virtude nos canteiros da alma. Não alimentemos as fazendas de espinheiros que o mundo possa apresentar.

Sejamos aqueles que os eliminam, a pouco e pouco.

Vigiemos o solo dos nossos corações para que neles cresçam os sentimentos bons. O mundo aguarda esses nossos cuidados.

Sejamos aqueles que, agradecidos, ofertemos a generosidade de nossa alma para que floresçam bênçãos aos que vivem ao nosso entorno.

E, quando o dia se espreguiçar, no poente, quando o pôr do sol dourar as nuvens, despedindo-se do hoje, elevemos o pensamento ao Divino Dispensador, gratos por termos vencido mais um ciclo diário, como bons cultivadores.

 Redação do Momento Espírita

você pode gostar também

Comentários estão fechados.