Neste fim de semana, a Associação de Surdos de Pato Branco (ASPB), esteve em Cascavel, com 14 jogadores, onde conquistou o terceiro lugar do Campeonato Paranaense de Futsal de Surdos, competição organizada pela Federação Desportiva de Surdos do Paraná (FDSP), e a primeira disputada pela entidade desde o início da pandemia de covid-19.
Tesoureiro da ASPB, Heron Rodrigues da Silva destaca que o Campeonato Paranaense de Futsal de Surdos é um estímulo para a participação da Copa Sul de Futsal CBDS 2021 [Confederação Brasileira de Desportos de Surdos – CBDS], que será disputada de 9 a 11 de outubro em São José dos Pinhais. “Mesmo com um monte de dificuldades conseguimos representar Pato Branco”, pontua Silva ao comentar as disputas do fim de semana, que também gerou uma grande troca de experiência entre surdos e ouvintes, proporcionando também na competição, integração.
“Representar e ver a garra de todos os jogadores tentando vencer a competição, e representar a bandeira de Pato Branco, foi maravilhoso”, acrescente Silva.
Modalidade
Com as mesmas regras do futsal convencional, o que difere o jogo de surdos é a atuação da equipe de arbitragem, que ao invés de utilizar apito, sinaliza os lances com uma bandeira.
No caso da ASPB o técnico também é surdo, contudo, Silva revela que o objetivo é no futuro ter um técnico profissional ouvinte, para contribuir ainda mais com a evolução da equipe. Para que o sonho se concretize, é necessário que esse treinador seja vinculado a associação.
Paradesporto
Rony Slaviero, diretor de Esportes de Rendimento da Secretaria de Esporte e Lazer de Pato Branco revela que o Município vem se preparando para em um curto intervalo de tempo estimular a atuação esportiva de pessoas com os mais variados tipos e graus de deficiência.
“Queremos que as associações se organizem para podermos auxiliar”, afirma Slaviero ao comentar que uma das próximas ações efetivas ligadas ao paradesporto será desenvolvida pelo professor Pulga no atletismo, o que passa também pela participação no próximo final de semana (26 e 26), do Campeonato Paranaense de Atletismo, para normais e adaptados, para que segundo o diretor “possamos entender melhor a realidade.”
Slaviero comenta que além dos paratletas do futsal, Pato Branco tem uma boa atuação no taekwondo, mas que a própria Associação de Handebol, já demonstrou interesse de montar uma equipe de cadeirantes, da mesma forma que uma integrante da própria secretaria de esporte que já trabalhou com basquete adaptado também interesse de contribuir com a modalidade.
“Nosso intuito não é só [formar ou achar] o atleta, é formar a cultura do paradesporto”, enfatiza Slaviero falando em dar oportunidade, uma vez que levantamento feito junto ao Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência (CMDPD), Pato Branco tem uma população estimada com deficiência de 3 a 4 mil pessoas.
Somente a ASPB possuiu cerca de 80 surdos associados, de crianças a idosos. Entre as modalidades praticadas pelos associados além de futsal, karatê, vôlei feminino, atletismo e ciclismo.
Com relação ao estimulo de modalidades para pessoas com deficiência Silva expressa que é muito importante estimular o paradesporto, sempre levando em consideração para as modalidades a deficiência de cada jogador.
* Entrevista feita com o auxílio de interprete de Libras.
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