Com 24 pontos, o líder não pode mais ser alcançado pelo América, em segundo, com cinco pontos a menos. Cuca, portanto, deve dar descanso aos titulares diante do Athletic. Apesar de cumprir a meta de voltar a vencer, o problema no Atlético-MG ainda é a falta de um futebol vistoso e envolvente que desapareceu nas últimas rodadas e preocupa antes de estreia na Libertadores, quarta-feira, na casa do Deportivo La Guaira.
Falta capricho na finalização do Atlético e mais calma na criação. Foram muitos erros de passes no Mineirão e uma demonstração grande de nervosismo diante do um rival postado defensivamente.
Depois da inesperada derrota no clássico diante do Cruzeiro, por 1 a 0, há uma semana, o técnico Cuca prometia um Atlético-MG diferente, pronto para mostrar organização e força no retorno ao Mineirão. Sem Hulk, nas arquibancadas cumprindo suspensão por expulsão. Um triunfo confirmaria a primeira colocação, mas o oponente prometia dificultar as ações americanas e lutar para seguir vivo na luta contra a queda.
E o início da partida mostrou que nada seria fácil para os comandados de Cuca. Com um paredão defensivo, o Boa não deixava a bola chegar ao goleiro Carlos Miguel. Com até os defensores Réver e Alonso o tempo todo na área rival, o Atlético esbarrava numa parede vermelha. Era jogo de um campo só.
Mas o que estava ruim, sem chances claras de gol, ficou ainda mais tenso numa arrancada rápida do time de Varginha. Após um toque de mão não marcado, Dieguinho partiu em velocidade e bateu para o gol, carimbando a trave. A bola voltou nas costas de Everson e sobrou livre para Tiaguinho colocar os visitantes na frente.
A reação seria imediata, mas Vargas estava impedido no belo gol de bicicleta. O chileno não falharia na segunda chance, aproveitando desvio de Alonso. A quem imaginava um primeiro tempo arrasador, o 1 a 1 no intervalo era frustrante.
Cuca ousou ao trocar um zagueiro por um meia-atacante. E nada de o futebol do time aparecer. Sobravam peças ofensivas em campo e faltavam o lance individual ou as tramas com maior velocidade.
Mesmo sendo rebaixado com a igualdade, o Boa não saia de trás. E mostrava enorme nervosismo. Companheiros, o zagueiro André Penalva trocou insultos e empurrões com o goleiro Carlos Miguel.
Autor do gol de empate, Vargas perdeu clara chance na etapa final. Irritou Cuca, que o substituiu, repetindo a mudança no clássico. O chileno começa a correr riscos de perder vaga entre os titulares. Jogando mal, abre possibilidade para Hulk voltar à equipe.
O Atlético-MG aplicou uma enorme blitz nos minutos finais, já com Sasha, Marrony e Nathan na frente. A bola teimava em não entrar, ora passando raspando, ora parando em defesa de Carlos Miguel. Até a arbitragem se equivocar e marcar pênalti em uma falta fora da área. Guilherme Arana definiu a sofrida virada.
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