Foram os dois primeiros pontos perdidos pelo clube alvinegro contra times venezuelanos na história da Libertadores. Até então, eram seis vitórias. Além do empate, o que causa uma enorme ponto de interrogação na cabeça dos torcedores é o desempenho da equipe, muito abaixo do esperado pelo elevado investimento da diretoria na montagem do elenco.
Com Cuquinha na beira do campo no lugar de Cuca, suspenso pela expulsão ainda pelo Santos na final da última Libertadores com o Palmeiras, o Atlético começou o jogo com muita dificuldade na criação. A equipe esbarrava na forte marcação venezuelana, que armou uma linha defensiva com cinco jogadores, e nos muitos erros de passe.
O Deportivo La Guaira, nitidamente, esperava uma falha do Atlético para se aproveitar. E ela aconteceu, aos 20 minutos. O zagueiro Adrián Martínez roubou a bola em sua saída errada, driblou Allan e Guga – o lateral virou de costas no lance – e, antes da chegada de Réver, bateu colocado, sem chance para Everson.
Após o gol, o Atlético limitou ainda mais o seu repertório diante de um adversário fechado. Os cruzamentos se tornarem o único expediente da equipe. Foram quase 30 bolas lançadas na área dos venezuelanos. O que, obviamente, se comprovou um erro, já que lá estavam Keno (1,78m) e Vargas (1,74m).
A grande chance (e uma das poucas) no primeiro tempo saiu do pé de Tchê Tchê, aos 36. O ex-jogador do São Paulo recebeu de Guga, que, desta vez evitou o cruzamento, e chutou colocado para boa defesa de Olses.
A atuação ruim da etapa final fez Cuquinha trocar duas peças no intervalo. Zaracho e Hulk entraram nos lugares de Allan e Savarino, respectivamente. As mudanças não impediram o Atlético de continuar adotando os cruzamentos como principal opção para tentar empatar. Zaracho, aos 7, quase fez de cabeça.
Com apenas um jogo disputado em cinco meses – no último domingo, pelo torneio local -, o Deportivo La Guaira já dava sinais de desgaste com 15 minutos do segundo tempo e recuou ainda mais. A preocupação era apenas defensiva.
A pressão do Atlético, mesmo que desgovernada, era enorme. A equipe mineira tinha 85% de posse de bola. E o empate não demorou. Aos 19 minutos, Guilherme Arana pegou o rebote e finalizou com força. Olses não segurou e Zaracho, livre de marcação, tocou para o gol.
O empate gerou um efeito contrário ao esperado pelo torcedor atleticano. O Atlético diminuiu o ritmo e viu até o time venezuelano se assanhar. O goleiro Everson precisou trabalhar em pelo menos três oportunidades para evitar o revés logo na estreia. A igualdade por 1 a 1 ficou de bom tamanho pelo desempenho da equipe.
FICHA TÉCNICA:
DEPORTIVO LA GUAIRA 1 x 1 ATLÉTICO-MG
DEPORTIVO LA GUAIRA – Carlos Olses; Agnel Flores, Adrián Martinez, La Mantía, Pernía e Cumaná; Arles Flores, Francisco Pol e Carlos Cermeño (Marín); Miguel Reyes (Ángelo Peña) e Dawin González (Yackson Rivas). Técnico: Daniel Farias.
ATLÉTICO-MG – Everson; Guga, Junior Alonso, Réver e Guilherme Arana; Allan (Zaracho), Tchê Tchê (Nathan) e Nacho Fernández; Savarino (Hulk), Keno (Eduardo Sasha) e Eduardo Vargas (Marrony). Técnico: Cuquinha (auxiliar).
GOLS – Adrián Martinez, aos 20 minutos do primeiro tempo. Zaracho, aos 19 minutos do segundo tempo.
CARTÕES AMARELOS – Eduardo Sasha, Olses.
ÁRBITRO – Facundo Tello (Argentina).
RENDA E PÚBLICO – Jogo sem torcida.
LOCAL – Estádio Olímpico, em Caracas, na Venezuela.
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