Cada dia mais comum entre os homens, a rinoplastia é a segundo tipo de cirurgia plástica mais executada por homens em todo o Brasil.
De acordo com o otorrinolaringologista, Murilo Carlini Arantes,nos últimos anos, os homens aumentaram e muito os cuidados pessoais, especialmente, os estéticos. “Acredito que houve uma mudança de pensamento, desmistificando a ideia de que o homem não pode ser vaidoso e cuidar-se mais, e isso levou ao aumento de cirurgias neste público”, disse.
Segundo dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), é crescente o número de pacientes do sexo masculino em consultórios de cirurgia plástica, sendo que nos últimos cinco anos, o número passou de 72 mil para 276 mil/ano, estabelecendo uma média de 31,5 procedimentos por hora.
Ainda de acordo com a SBCP os tipos de cirurgias mais realizadas entre os homens variam de acordo com a idade, além disso, a cada ano que passa, eles têm iniciado por esta procura cada vez mais cedo. “Na infância e adolescência, por exemplo, as cirurgias mais procuradas são a otoplastia, dedicadas a corrigir orelhas em abano, e a ginecomastia, para redução de mama (condições que, geralmente, motivam bullying na escola e prejudicam a formação psicológica do indivíduo)”.
Já a rinoplastia é um procedimento mais comum de ser realizado por homens entre os 30 a 50 anos que buscam melhorar a aparência do rosto através mudanças estéticas no nariz. “No consultório temos dois tipos de públicos para esta cirurgia. A maioria são os que apresentam alterações em decorrência de traumas, fraturas e má respiração, mas também é frequente aqueles que procuram somente pela parte estética mesmo”, disse Arantes.
O médico salienta, no entanto, que os benefícios vão além da parte estética, trazendo vantagens também para a saúde em sua realização. “Sempre digo que a cirurgia é estética e funcional. Então, nos casos em que o paciente apresenta obstrução nasal persistente, sinusites recorrentes, etc., a cirurgia poderá ajudar na resolução dessas queixas”.
A CIRURGIA
Sobre o passo a passo da cirurgia de rinoplastia, Arantes explica que tudo começa na primeira consulta. “Nessa primeira avaliação iremos analisar as queixas, a estrutura nasal, presença ou não de desvio de septo, etc., além disso, é fundamental estabelecer se as queixas e desejos do paciente são factíveis. A cirurgia não faz milagres e muitas vezes características étnicas ou anatômicas inviabilizam o resultado esperado pelo paciente. Por isso é fundamental alinhas as expectativas”, disse.
Outro fator importante mencionado pelo médico é o fato do procedimento não ser realizado em todo tipo de paciente. “Existem, sim, situações nas quais esta cirurgia é contraindicada e, neste caso, temos os pacientes com diagnóstico de doenças sistêmicas não controladas, como hipertensão e diabetes, ou ainda aqueles com doenças hematológicas, ou em uso de anticoagulantes. Em ambas as situações não devemos realizar a cirurgia”, disse.
A rinoplastia é realizada em “hospital-dia” na grande maioria das vezes, onde o paciente opera pela manhã e vai para casa no final da tarde. “O pós-operatório costuma ser tranquilo, o maior desconforto é não respirar direito em decorrência do inchaço, e a nossa escolha é por não utilizar tampões no nariz. Já a dor, outro grande medo dos pacientes, é um sintoma extremamente raro nessa cirurgia”, explicou o médico.
TIPOS CIRÚRGICOS
O otorrinolaringologista explica que na rinoplastia existem inúmeras técnicas cirúrgicas, cada uma ideal para um tipo de anatomia. “É necessário que o cirurgião de nariz conheça e domine a maioria das técnicas existentes para utilizar a mais adequada para cada paciente”, disse.
Sobre os tipos e subtipos de cirurgia, o médico conta que “existem a cirurgia de preservação de dorso, estruturada, aberta, fechada e por aí vai, sendo que cada situação terá uma abordagem ideal. É importante destacar, no entanto, que existe “receita de bolo” quando falamos sobre rinoplastia”, argumentou.
As opções cirúrgicas mais comuns na rinoplastia são:
- Estética: tendo como subtipos a cirugia de redução, de aumento, da columela (alteração da fenda entre as narinas) e para levantar a ponta nasal.
- Funcional: que corrige a parte estética, além de fazer alterações funcionais na estrutura nasal ligadas à capacidade respiratória.
- Étnica: com o objetivo de fazer modificações em características étnicas marcantes que por escolha, o paciente anseia alterar.
- Pós-traumática ou reconstrutiva: que é realizada em pacientes que sofreram acidentes que afetaram a forma ou função nasal.
- Secundária ou revisional: que visa alterar ou corrigir resultados de rinoplastias que foram realizadas anteriormente.
Já com relação as diferenças entre a rinoplastia masculina e feminina, Arantes explica que elas possuem diferenças sendo a principal relacionada a forma final do nariz. “Em mulheres buscamos uma ponta um pouco mais levantada e definida, um dorso nasal mais curvado, tendo como resultado final um nariz mais delicado” disse.
Já nos homens, o médico conta que a cirurgia deve manter os traços estéticos mais fortes, considerando ângulos mais retos e a ponta do nariz menos rodada e com dorso forte e reto. “Óbvio que podemos adequar isso ao desejo pessoal do paciente, mas é importante manter esses cuidados para evitar estigmas cirúrgicos”, disse.
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