Auriculoterapia ajuda no tratamento de alergias

Todo mundo tem, ou conhece alguém que tenha, algum tipo de alergia. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que cerca de 30% da população global possua algum tipo de intolerância. No Brasil, 35% dos brasileiros padecem desse mal. A maioria sofre de asma, doença alérgica que mata cerca de duas mil pessoas por ano e é uma das grandes causas de internação no Sistema Único de Saúde (SUS).

A alergia é uma doença curiosa. Ela é uma autodefesa exagerada do próprio organismo a algum tipo de substância. E mesmo que as doenças alérgicas não tenham cura, alguns tratamentos podem ajudar no controle das crises.

Entre as terapias indicadas está a auriculoterapia, que faz parte importante da Medicina Tradicional Chinesa, sendo um ramo da especialidade da Acupuntura. Essa terapia foi oficializada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como uma terapia de microssistema, é um método pouco invasivo e que traz muitos benefícios. Essa técnica utiliza pontos na orelha para tratar problemas físicos e emocionais que, ao serem estimulados, refletem no Sistema Nervoso Central, que decodifica cada estímulo e reage a eles, produzindo neurotransmissores que os direcionam para a área que precisa ser tratada ou equilibrada. A aplicação pode ser feita com agulhas, sementes de mostarda, cristais ou laser.

A fisioterapeuta e empresária na Movimentar – Clínica de Fisioterapia, Natalia Fialkowski Pagani Dala Costa, a auriculoterapia age no processo alérgico em si, no processo inflamatório gerado no organismo pela alergia e nos possíveis sintomas que a alergia desencadeia. “Por exemplo, na rinite, alivia a coriza e coceira no nariz, e na intolerância a lactose alivia os sintomas gastrointestinais”, explica.

A auriculoterapia pode ajudar em qualquer tipo de alergia, respiratória, alimentar, medicamentosa ou mesmo as de origem emocional. Para isso, cada caso deve ser avaliado individualmente. Natália trabalha com, no mínimo, quatro sessões.

Dermatite

Recentemente, Natália obteve muito sucesso no caso de uma paciente de 3 anos que passou pela auriculoterapia para tratar uma dermatite. “Por volta dos 18 meses, a paciente começou a desenvolver a dermatite. Conversando com a sua mãe sobre o histórico da doença, eles notaram que as lesões de pele apareceram em um momento familiar complicado, em que eles precisaram mudar de casa. Possivelmente essa mudança, associada ao problema familiar, gerou ansiedades, medos, emoções com as quais ela ainda não sabia lidar, e então o corpo reagiu dessa forma”, avalia a fisioterapeuta.

Foram inúmeras tentativas de tratamentos, alguns com resultado positivo no início, mas perdendo a eficácia ao longo do tempo. Com isso, as lesões, sempre nas mãos e nos pés, começaram a voltar com mais intensidade, gerando dor e dificuldade até para caminhar.

“O tratamento da auriculoterapia busca realizar um equilibro geral do corpo, tratando não somente os sintomas da doença, mas também buscando entender o que causou essa alteração no organismo. Como o emocional está muito associado nesse caso, equilibramos o emocional e o físico ao mesmo tempo”, explica Natália.

Foram 10 sessões semanais, mas na terceira sessão já foi possível observar uma melhora. Ao final do tratamento, as lesões na pele não estavam mais presentes. “Agora estamos fazendo uma manutenção a cada 15 dias”, comenta.

Equilíbrio

Natália enfatiza que a auriculoterapia é uma terapia que busca o equilíbrio físico e emocional, “agindo na causa do problema e não somente no sintoma, mostrando para o organismo a direção que deve seguir para a busca desse equilíbrio sem necessidade de usar medicamentos que podem prejudicar nosso corpo”, diz. Além disso, não há contraindicações e pode ser utilizada em qualquer idade.


Natalia Fialkowski Pagani Dala Costa é fisioterapeuta e empresária na Movimentar – Clínica de Fisioterapia

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