Se você olhar com atenção vera que as dobras da orelha humana tem o mesmo formato que um feto. E é exatamente assim que a medicina chinesa enxerga essa parte da anatomia: como representação do corpo humano. Assim, cada ponto de nossa orelha se refere a um órgão específico, que pode ser estimulado através da auriculoterapia.
Essa técnica utiliza pontos na orelha para tratar problemas físicos e emocionais que, ao serem estimulados, refletem no Sistema Nervoso Central, que decodifica cada estímulo e reage a eles, produzindo neurotransmissores que promovem sensação de bem-estar e calma e, assim, direciona cada estímulo para cada área que precisa ser tratada ou equilibrada.
De acordo com Natalia Fialkowski Pagani Dala Costa, fisioterapeuta e sócia-proprietária da Movimentar – Clínica de Fisioterapia, a auriculoterapia está indicada em mais de 200 doenças, entre elas ansiedade/depressão/estresse/irritabilidade; dores nas articulações e na coluna vertebral; tendinites e bursites; cefaleias e enxaquecas; distúrbios digestivos; regulação do trânsito intestinal; desordens da articulação temporo-mandibular (ATM); alergias (rinites, sinusites, alergias de pele, alergias alimentares e medicamentosas); auxilia no processo de emagrecimento (controle da compulsão alimentar); distúrbios do sono; TPM/ cólicas menstruais/ irregularidades menstruais/ menopausa; fertilidade/ diminuição da libido; hipertensão; zumbido no ouvido/ labirintite/ vertigem; falta do foco e concentração; baixa da disposição física; imunidade; entre tantos outros, incluindo a amamentação.
Essa é uma terapia que pode ser aplicada em bebês, gestantes, idosos e crianças, podendo contribuir em todas as fases da vida.
Mamães e bebês
Natalia diz que um dos medos das mães que amamentam é que a quantidade de leite não seja suficiente para o seu bebê, principalmente no início da amamentação. “Existem vários fatores que influenciam na produção de leite, e entre eles está o estresse e a ansiedade das mães nesse momento. A auriculoterapia ajuda a equilibrar o emocional da mãe, deixando-a mais tranquila e relaxada, além de estimular a secreção de prolactina, hormônio responsável pela produção de leite”, explica.
Além do estímulo da orelha, dentro da fisioterapia há outras várias técnicas que podem ser utilizadas para auxiliar as mães e os bebes. Entre elas, Natalia cita sessões de fisioterapia e pilates, para manter o corpo em movimento e aliviar dores; drenagem linfática e massagem relaxante para as mamães e Shantala para os bebes.
Amamentação e cobrança
Para a fisioterapeuta, que é mãe de Luiza, de 6 meses, a amamentação é uma fase muito difícil na vida das mães. “Elas se sentem muito cobradas para alimentar seus filhos”, conta.
A maior dificuldade em amamentar está na falta de informação e conhecimento sobre o assunto, diz. “A maioria das mães não sabem amamentar e os bebês também não sabem mamar. É necessário que a mãe aprenda para poder ensinar o bebê”, avalia.
Outra dificuldade que se enfrenta, segundo Natalia, é a falta de apoio da família, do marido e até da sociedade. “Na primeira dificuldade, todo mundo já quer que a mãe deixe a amamentação de lado e dê uma mamadeira para o seu filho, porque é mais fácil, menos trabalhoso”, acredita.
A fisioterapeuta conta que, inicialmente, teve muita dificuldade com a amamentação. “Minha filha, Luiza, não fazia a pega correta, eu não sabia como oferecer, não sabia como preparar a mama para amamentar, tive fissura, muita dor e o emocional ficou muito abalado”, relembra. As coisas começaram a mudar depois que ela contratou um serviço de Consultoria de Amamentação. “Depois da consultoria da enfermeira Grazieli Guindini foi que tudo mudou. Ela me ensinou a amamentar minha filha, me ensionou a preparar a mama para amamentar e me explicou o quanto é necessário ter paciência e persistência nesse processo. Hoje amamento com muita tranquilidade e amor”, comemora.
Rede de apoio
A rede de apoio faz muita diferença para a mãe. “Ela está lidando com muitos sentimentos e mudanças em pouco tempo. Principalmente para as mães de primeira viagem, é essencial ter o apoio de toda a família nessa fase”, diz.
Contudo, Natalia acredita que é preciso que toda a sociedade esteja preparada para dar apoio e o suporte necessário nessa fase. “Só assim as mães vão conseguir enfrentar esse processo mais tranquilamente, pois a amamentação exclusiva até os seis meses de idade traz muitos benefícios aos bebês e as famílias”, conclui.
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