“Não se trata de chantagem, trata-se de garantir que a comunidade de Victoria permaneça protegida”, declarou Martin Pakula. “Quero deixar claro que realmente espero que Novak Djokovic tome a vacina e jogue o Aberto da Austrália. Mas, se ele escolher não tomar a vacina, isso será um problema para ele.”
A presença de Djokovic na importante competição se tornou uma incógnita e também uma polêmica nas últimas semanas porque o número 1 do mundo se recusa a declarar se tomou ou não a vacina contra a covid-19. Ao mesmo tempo, a organização do Aberto da Austrália apertou o cerco contra quem não se vacinou e autoridades locais e nacionais já avisaram que vão proibir a entrada de tenistas ou qualquer outro profissional que não apresente a vacinação completa.
“Se você é um tenista visitante ou um atleta de outra modalidade, é preciso ter responsabilidade junto à comunidade na qual você estará entrando. E é por isso que estamos pedindo a estes tenistas que sigam as mesmas regras que os moradores do estado de Victoria estão seguindo”, reforçou o secretário de esporte.
Questionado sobre o assunto nos últimos torneios da temporada, Djokovic tem se recusado a falar sobre vacinação e sobre as chances de perder o Grand Slam no qual mais foi vitorioso, com nove títulos. Um triunfo em 2022 não marcaria apenas o 10º título em Melbourne, mas seu 21º de Grand Slam, um novo recorde histórico, superando os rivais Roger Federer e Rafael Nadal.
Mas, se Djokovic evita o assunto, seu pai não costuma se esquivar das polêmicas. “Sob estas chantagens e estas condições, (Novak) provavelmente não vai jogar”, declarou Srdjan à imprensa sérvia. O pai do número 1 costuma dar declarações polêmicas e o próprio filho já o repreendeu por isso em situações anteriores.
A exigência do Aberto da Austrália quanto à vacinação causa repercussão no mundo do tênis porque quase metade dos tenistas ainda não tomou as duas doses contra a covid-19, em avaliação da Associação dos Tenistas Profissionais (ATP) e da Associação de Tênis Feminino (WTA), em outubro.
Apesar disso, um e-mail da WTA, direcionado às tenistas, indicava que haveria a possibilidade de as atletas serem liberadas para entrar na Austrália mesmo sem a vacinação. Bastaria cumprir uma quarentena rígida ao desembarcarem em solo australiano. As autoridades locais não se manifestaram sobre esse e-mail vazado pelas atletas.
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