B3 fecha em alta impulsionada pelo setor financeiro e Embraer

A Bolsa de Valores brasileira encerrou o pregão desta quarta-feira (data) em alta, com o Ibovespa subindo 0,30%, aos 125.534,07 pontos. O avanço foi impulsionado pelo bom desempenho do setor financeiro e pela expressiva valorização das ações da Embraer. No mercado futuro, o Ibovespa com vencimento em fevereiro subiu 0,33%, alcançando 125.870 pontos. O volume financeiro do dia foi de R$ 15,6 bilhões.

Destaques do mercado acionário

As ações da Vale (VALE3) registraram alta de 0,53%, enquanto os principais bancos do país apresentaram ganhos expressivos. As units do Santander (SANB11) tiveram a maior valorização do setor, subindo 6,19%, seguidas por Itaú (ITUB4) com 1,51%, Bradesco (BBDC3 e BBDC4) com 1,46% e 2,32%, respectivamente, e Banco do Brasil (BBAS3) com 0,21%.

Por outro lado, as ações da Petrobras (PETR3; PETR4) fecharam em queda de 1% e 0,72%, respectivamente. Entre as maiores baixas do pregão estiveram Raízen, Vamos, CVC, Magalu e Totvs.

A Embraer (EMBR3) foi o grande destaque positivo do dia, com alta de 15,50%, após anunciar a maior venda de jatos executivos de sua história. O acordo de US$ 7 bilhões com a Flexjet inclui um pedido firme de 182 aeronaves e 30 opções adicionais, além de um pacote abrangente de serviços e suporte.

Resultados corporativos impulsionam mercado

O Santander Brasil divulgou um lucro líquido gerencial de R$ 3,85 bilhões, representando um crescimento anual de 74,9%. A alta foi impulsionada pelo aumento da margem financeira e pela melhoria na rentabilidade. Os investidores também aguardam a divulgação dos resultados do Itaú, que será publicada após o fechamento do mercado.

Cenário econômico e fiscal

O mercado seguiu atento às declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre medidas para controlar a inflação e conter a alta dos preços dos alimentos. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, entregou ao novo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), uma lista com 25 projetos prioritários para o governo, sendo que 15 ainda aguardam tramitação no Congresso.

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou que a tendência é de queda nos preços dos alimentos devido à supersafra prestes a ser entregue e aos programas de incentivo do governo federal.

Indicadores econômicos

A produção industrial brasileira recuou 0,3% em dezembro ante novembro, marcando o terceiro mês consecutivo de queda. No comparativo anual, houve crescimento de 1,6% na produção industrial, consolidando sete meses seguidos de expansão, segundo dados do IBGE. O dado acima das previsões do mercado impactou as taxas de juros futuros.

Cenário internacional e política monetária nos EUA

Nos Estados Unidos, os dados econômicos indicaram que o setor privado criou 183 mil empregos em janeiro, acima das previsões de 150 mil. O índice de atividade do setor de serviços (PMI) caiu para 52,9 pontos, enquanto o índice ISM recuou para 52,8 pontos.

Thomas Barkin, presidente do Fed de Richmond, comentou sobre a possibilidade de cortes nas taxas de juros, mas destacou que a incerteza relacionada às políticas comerciais e regulatórias do governo de Donald Trump ainda precisa ser avaliada. Ele afirmou que a tendência é de desaceleração da inflação em 2025, favorecendo cortes nos juros.

Os principais índices de Wall Street fecharam em alta:

  • Dow Jones: +0,71% (44.873,28 pontos)
  • Nasdaq 100: +0,19% (19.692,0 pontos)
  • S&P 500: +0,39% (6.061,48 pontos)

Dólar e mercado de juros

O dólar comercial encerrou o dia em alta de 0,41%, cotado a R$ 5,7935, em um movimento de correção após 12 quedas consecutivas. O economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi, avalia que o mercado voltou a precificar os ruídos políticos, gerando volatilidade na moeda.

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As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DIs) registraram alta, refletindo a produção industrial mais forte que o esperado:

  • DI para janeiro de 2026: 14,960% (anterior: 14,920%)
  • DI para janeiro de 2027: 15,010% (anterior: 14,880%)
  • DI para janeiro de 2028: 14,775% (anterior: 14,850%)
  • DI para janeiro de 2029: 14,665% (anterior: 14,775%)

O Ibovespa manteve sua trajetória de recuperação, sustentado pela alta dos bancos e pela valorização expressiva da Embraer. O mercado segue atento à temporada de balanços e aos desdobramentos da política monetária global, que podem influenciar as decisões de investimento nos próximos dias.


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