B3 fecha em queda com varejo fraco e pacote do governo

A Bolsa de Valores (B3) fechou em queda nesta quarta-feira (13), em um movimento de realização de lucros, influenciada por números abaixo do esperado nas vendas do varejo e pela reação ao pacote de medidas do governo para ajudar exportadoras afetadas pelas tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos. O Ibovespa caiu 0,88%, encerrando aos 136.687,32 pontos, com giro financeiro de R$ 30,4 bilhões. Menos de 20 ações encerraram o dia em alta.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou uma série de ações para socorrer as empresas prejudicadas, incluindo: criação de uma linha de crédito de R$ 30 bilhões, ampliação do Programa Reintegra, prorrogação do drawback, compras diretas dos produtos que seriam exportados e busca por novos mercados. No entanto, o mercado reagiu com cautela devido à falta de detalhes sobre beneficiários, taxas de juros e prazos.

Destaques da B3

Entre as altas da B3, MRV (MRVE3) avançou 6,62% após divulgar lucro líquido ajustado de R$ 125 milhões no 2º trimestre, alta de 64,9% na base anual. Na ponta negativa, CVC (CVCB3) recuou 10,77% após registrar prejuízo ajustado de R$ 15,9 milhões, enquanto Pão de Açúcar (PCAR3) caiu 10,56%, impactado pelos dados do varejo.

Felipe SantAnna, do grupo Axia Investing, destacou que a queda foi influenciada pelo recuo de 0,1% nas vendas do varejo em junho (projeção era alta de 0,7%), problemas técnicos na plataforma Nelogica — que ficou fora do ar por mais de uma hora — e realização de lucros após a alta da véspera.

Bruno Komura, da Potenza Capital, observou que o movimento foi uma realização natural após o otimismo do dia anterior, enquanto Diego Faust, da Manchester Investimentos, ressaltou que os impactos das tarifas ainda não se concretizaram e que os balanços positivos seguem como suporte ao mercado.

Dólar e juros futuros

O dólar comercial subiu 0,25%, cotado a R$ 5,4008, influenciado pela cautela em relação ao “tarifaço” e pelo fluxo estrangeiro. Apesar disso, o real teve desempenho melhor que outras moedas emergentes, sustentado pelo forte diferencial de juros, segundo Marcos Weigt, do Travelex Bank.

As taxas dos DIs futuros fecharam majoritariamente em queda. O DI para janeiro de 2026 recuou a 14,885%, o de 2027 a 13,930%, o de 2028 a 13,215% e o de 2029 ficou em 13,150%.

Cenário externo

Nos Estados Unidos, os principais índices fecharam em alta, com Nasdaq e S&P 500 renovando recordes históricos, impulsionados pela expectativa de cortes de juros pelo Federal Reserve:

  • Dow Jones: +1,04%, 44.922,27 pontos
  • Nasdaq 100: +0,14%, 21.713,14 pontos
  • S&P 500: +0,32%, 6.466,58 pontos

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