A Prefeitura de Maringá, através da Secretaria de Políticas Públicas para Mulheres (Semulher), inaugurou na quarta-feira, 26, o Banco Vermelho na Praça da Catedral. Essa intervenção urbana ocupa um dos pontos de maior circulação da cidade e convida a população a refletir e agir em defesa das mulheres.
O equipamento faz parte do circuito oficial do Instituto Banco Vermelho, fortalecendo a campanha nacional ‘Feminicídio Zero’. Maringá destaca-se como o primeiro município do Paraná a aderir ao projeto e o segundo da região Sul.
Autoridades municipais lotaram a cerimônia de abertura. A secretária Olga Agulhon enfatizou a localização estratégica da instalação, rodeada pelos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Essa posição reforça a união das instituições no combate à violência contra a mulher em Maringá.
Simbolismo do vermelho e chamado à ação
“A cor vermelha simboliza os casos de feminicídio, mas também representa todas as formas de violência contra as mulheres”, declarou Olga Agulhon. Ela acrescentou que o banco ganha dimensões amplas de propósito, para expandir o debate. “É um chamado para toda a sociedade sentar, refletir, levantar e agir contra o feminicídio.”
Integração com campanhas globais da ONU
A iniciativa alinha-se à campanha internacional ‘21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher’, proposta pela ONU e vigente até 10 de dezembro. O Instituto Banco Vermelho surgiu em 2023 no Recife (PE), fundado por Andrea Rodrigues e Paula Limongi. Motivadas pela perda de amigas para o feminicídio, elas criaram uma organização sem fins lucrativos. Cada banco ostenta mensagens sobre os cinco tipos de violência previstos na Lei Maria da Penha e contatos do Ligue 180, Central de Atendimento à Mulher.
Vozes de liderança reforçam compromisso coletivo
A vice-prefeita Sandra Jacovós cobrou engajamento de todos. “Cada um pode contribuir na própria família, no bairro onde mora e nos locais que frequenta. O poder público caminha de mãos dadas com a sociedade para garantir essa proteção e promover um ambiente de respeito e dignidade para todas.”
Donária Riso, presidente do Conselho Municipal dos Direitos das Mulheres, alertou para os riscos. “A sociedade e o poder público não podem permitir que os índices de violência e tentativas de feminicídio aumentem. A imagem do Banco Vermelho vai circular, provocar reflexão e gerar ações concretas para defesa das mulheres.”
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Dimensões impactantes e depoimentos emocionantes
Com 4 metros de largura e 2 metros de altura, o banco já atrai olhares na Praça da Catedral. Daisa Poltronieri, mãe de Maria Glória Poltronieri Borges (a Magó), vítima de feminicídio em 2020, descreveu o impacto. “Esse banco é um lembrete para a população de que a violência contra a mulher existe e precisa acabar. Também serve de amparo às mulheres que não têm coragem de denunciar seus agressores.”
O subcomandante do 4º Batalhão da Polícia Militar de Maringá, Major Luiz Moreira, coordenador do Programa Mulher Segura de Maringá, destacou o monitoramento preventivo com a rede de apoio.
Guilherme Machado, vereador representando a Câmara, valorizou a presença feminina em lideranças. “Quando mulheres ocupam cargos de poder, elas ampliam o debate sobre ações de combate à violência.”





