Na madrugada da última segunda-feira, 1, foi postada uma foto no perfil no Instagram do bar de um homem que, em sua fantasia, fez alusão ao crime cometido pelo ex-goleiro Bruno Fernandes de Souza contra Eliza Samúdio, após o nascimento do filho deles. Na foto, é possível vê-lo com uma camiseta com listras vermelhas e pretas, cores do Flamengo, time para o qual o então jogador jogava, com o nome Bruno nas costas, e carregando um saco de lixo preto com o nome de Elisa.
Em 2013, Bruno foi condenado a 22 anos e três meses de prisão pelo assassinato e ocultação de cadáver de Eliza e pelo sequestro e cárcere privado do filho Bruninho. Em 2017, a Justiça decidiu reduzir a pena em 18 meses. Em 2019, o goleiro conseguiu progressão para o regime semiaberto.
No vídeo, divulgado pelo Instagram do bar, a proprietária afirma que, por não estar em Manaus devido a uma cirurgia da mãe, colocou um estagiário, de 20 anos, para administrar as redes sociais. “Contratei uma pessoa inexperiente para começar a treinar do zero. Por desconhecimento ou ignorância, a pessoa não se tocou do que estava na sua frente. Assim que chegou ao meu conhecimento, eu mesma assumi as redes e excluí a foto”, relatou na postagem.
Pontuou, ainda, que “o Porão do Alemão, como empresa, não compactua com qualquer tipo de comportamento violento ou que produza violência”. Afirmou, também, que se depender da empresa, ‘o rapaz será punido’ e ela prestará a ajuda que for necessária para isso. Finalizou o discurso pedindo perdão à família de Eliza pelo ferimento à memória da vítima.
A deputada Joana Darc, que é membro da Comissão de Defesa das Mulheres da Assembléia Legislativa do Estado do Amazonas, anunciou que entrará com representação no Ministério Público Estadual e em órgãos de defesa dos direitos das mulheres. “Não faço isso apenas por respeito à família, mas também porque foi um crime de grande crueldade que chocou todos nós, em que uma mulher foi vítima por exigir o pagamento da pensão”, defendeu a deputada, pelo Instagram. “Gostaria de dizer para aqueles que acham que é ‘mimimi’, que é brincadeira, que isso é coisa séria. As mulheres morrem todos os dias por exigir seus direitos”, complementou.
Nesta quarta-feira, em pronunciamento na tribuna da Assembleia, reforçou seu posicionamento e disse que sua equipe jurídica está finalizando a representação que será protocolada no MP. “A gente não pode todo dia falar do combate à violência contra a mulher e se calar para esse tipo de situação. A gente não pode normalizar uma apologia ao crime de feminicídio ou a qualquer crime que seja. Enquanto estou falando aqui, em poucos minutos, várias mulheres já foram violentadas e até mortas”, frisou.
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