Para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a elevação foi de 6,3% para 6,7% em 2021 – muito acima do teto da meta (5,25%) – e de 3,6% para 3,8% em 2022, superior ao alvo central (3,5%).
“Esperamos que o Banco Central responda à deterioração “qualitativa” da inflação com um aumento de 1 ponto porcentual da Selic na semana que vem, para 5,25%, levando a taxa básica a 7% em dezembro e 7,5% no primeiro trimestre de 2022″, diz o economista para Brasil, Roberto Secemski. Antes, o banco previa que o juro terminaria 2021 em 6,5%.
Para o economistas, as últimas notícias de inflação e a precificação do mercado aumentaram a barra para uma alta de 0,75 ponto em agosto, com risco de desancoragem de expectativas de 2022.
Secemski lembra que o Comitê de Política Monetária (Copom) chegou a discutir um aumento mais forte do que 0,75 ponto em junho, mas preferiu seguir o ritmo em vigor desde março e observar o comportamento dos dados, especialmente de componentes mais qualitativos da inflação, como os preços de serviços.
Nesse sentido, o IPCA-15 mostrou “piora qualitativa”, diz Secemski. Os serviços subjacentes em 12 meses, por exemplo, subiram de 3,9% para 4,4%, alcançando a maior marca desde meados de 2017, assim como a média dos núcleos, em 5,3%. Essas “notícias negativas” ocorrem com um quadro de inflação de comercializáveis nos maiores níveis em 17 anos, em 12,4%.
A revisão para o IPCA 2021 incorpora mudança na projeção para julho, de 0,75% para 0,90%, além de riscos ligados aos preços de combustíveis e condições adversas para itens perecíveis. Já a de 2022 considera uma inércia maior provocada pela inflação deste ano, além de um risco de alta dos planos de saúde após o reajuste negativo este ano.
“Mantemos os riscos de alta para ambas as projeções, tendo em vista a possibilidade de aumento dos custos de energia elétrica em meio a condições climáticas desafiadoras e à reabertura da economia, o que pode pressionar ainda mais os preços dos serviços.”
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