O Banco Central manteve, por meio do REB, as projeções para o mercado de crédito brasileiro em 2021, em meio aos efeitos da pandemia do novo coronavírus sobre a economia. A estimativa de alta para o saldo de crédito este ano seguiu em 8,0%. Este é o mesmo porcentual que constou no Relatório Trimestral de Inflação (RTI), divulgado em março deste ano.
Já a projeção de crescimento do crédito livre em 2021 permaneceu em 11,1%. No caso dos recursos direcionados, a projeção seguiu em 3,7%.
“Para pessoas físicas, a perspectiva de expansão anual do estoque de crédito de 11,5% tem como base a manutenção de condições favoráveis no mercado imobiliário e a melhora no mercado de trabalho”, registrou o BC no documento. “Para pessoas jurídicas, projeta-se crescimento de 3,4%, inferior ao de 2020, influenciado pelo fato de o crescimento em 2020 ter sido excepcionalmente afetado pela pandemia.”
O Banco Central também informou que a margem financeira dos bancos representou 13,77% do spread do Índice de Custo do Crédito (ICC) médio no Brasil em 2020. No fim de 2019, este porcentual era de 13,67%. Os porcentuais indicam que, mesmo com a pandemia do novo coronavírus, a margem dos bancos pouco variou no ano passado.
A margem financeira representa a parcela do ICC que remunera o capital dos acionistas. Na prática, é quanto os acionistas de uma instituição financeira ganham, porcentualmente, do spread cobrado. O spread corresponde à diferença entre o custo de captação de recursos, pelos bancos, e o que é efetivamente cobrado de famílias e empresas em operações de crédito, na ponta final.
Já o ICC reflete o volume de juros pagos, em reais, por consumidores e empresas, considerando todo o estoque de operações, dividido pelo próprio estoque. Assim, o indicador reflete a taxa de juros média efetivamente paga pelo brasileiro nas operações de crédito contratadas no passado e ainda em andamento.
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