Última a competir, Beth conquistou a medalha de ouro logo no primeiro lançamento, ao alcançar 15,68 metros. Com mais quatro tentativas, restou a ela buscar superar suas marcas anteriores, o que conseguiu duas vezes – o lançamento final foi o melhor, com a marca de 17,62m, mais de dois metros acima de qualquer outra competidora.
Prata e bronze foram para a Ucrânia. Iana Lebiedieva anotou 15,48m, marca que naquele momento era o recorde paralímpico, assim como os 14,37m alcançados por Zoia Ovsii, que ficou com a terceira colocação.
Em entrevista ao SporTV após a conquista, Beth dedicou a medalha aos pais, e principalmente à mãe, que faleceu na última semana. Ela também destacou que passou por um ciclo paralímpico complicado desde os Jogos do Rio-2016, que não disputou por ter sido classificada na F55, acima da F54, na qual costumava competir.
Beth Gomes tem 56 anos e sofre de esclerose múltipla, descoberta em 1993. Em 2017, Beth teve uma nova crise que reduziu ainda mais sua mobilidade, afetando o lado esquerdo – o lado direito já era bastante afetado pela doença. Em 2018, Beth passou por uma reclassificação que a colocou na classe F52, em vez da F54. Em 2019, Beth foi campeã mundial com o recorde de 16,92m, agora superado na Paralimpíada.
PRATA NO ARREMESSO DE PESO – Alessandro Rodrigo conquistou a prata no arremesso de peso da classe F11 (atletas com cegueira total), ao lançar para 13,89m. Em uma prova de alto nível, a medalha de ouro ficou com o iraniano Mahdi Olad, do Irã, que anotou 14,43m, e o bronze para Oney Tapia, da Itália, que anotou 13,60m. Na prova, Alessandro superou sua melhor marca na temporada três vezes, ao marcar 13,85m, depois 13,87m, e por fim 13,89m.
Alessandro é de Santo André (SP) e está em sua segunda participação numa Paralimpíada: no Rio-2016, conquistou o ouro na prova do lançamento de disco F11, na qual é especialista e competirá na próxima quarta-feira em Tóquio. Ele perdeu a visão por conta de uma toxoplasmose.
Além da medalha de Alessandro, o Brasil teve a prata de Vinícius Rodrigues no atletismo, nos 100m da classe T63 (atletas com amputação em uma perna, acima do joelho) e a de Bruna Alexandre no tênis de mesa classe 10 (amputados de um braço).
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