“A pandemia antecipou um fenômeno – no Brasil e no mundo – de digitalização e criação de novas formas de trabalho, mas não novas formas de emprego. Sem deméritos à CLT, estamos diante da criação de novas formas de trabalho para as quais a CLT não é adequada”, afirmou, em evento organizado pelo jornal O Globo. “Quando digo em criar novas formalizações para todos os brasileiros, não significa que todos deverão ser celetistas, mas que todos sejam vistos”, completou.
Para Bianco, o fato de dois terços da força de trabalho do País estarem na informalidade derruba a produtividade da economia. “Temos um mundo celetista que é caro e custoso, para quem tem capital humano. E temos o mundo informal, com baixa formação e capital humano. Temos que abaixar o mundo formal e elevar o mundo informal”, acrescentou.
Para isso, o secretário defendeu a redução de custos de contratação e eliminação de burocracias para dar mais segurança jurídica ao mundo formal. “E para elevar mundo informal, é preciso oportunidades e qualificação no trabalho”, defendeu, citando programas como os Bônus de Inclusão Produtiva e de Incentivo à Qualificação (BIP e BIQ), em estudo.
Bianco destacou ainda que o governo pretende flexibilizar a formalização dos trabalhadores de plataformas digitais, a exemplo do que já foi feito com os motoristas de aplicativos, que foram enquadrados com Microempreendedores Individuais (MEI). O secretário enfatizou que o segmento de tecnologia não poder ser muito tutelado com excessos de burocracia e legislação.
“Vamos trazer proteção trabalhista e previdenciária para aplicativos, sem vínculo de emprego formal. Nem todos serão MEIs. Temos toda sorte de trabalho em tecnologia, com trabalhadores mais e menos qualificados, e temos que formalizar todos. O MEI se aplicará para alguns, mas nem todos. Vamos pensar cada brasileiro na sua respectiva caixa de formalização”, concluiu Bianco.
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