Breen, que tem paralisia cerebral, contou ao jornal inglês The Guardian que estava usando sungas oficiais da Adidas para 2021. Além disso, questionou se um homem seria obrigado a ouvir tais comentários alguma vez na vida. “Assim que terminei minha competição de salto em distância, uma das oficiais achou necessário me informar que minhas cuecas de corrida eram muito curtas e inadequadas. Fiquei sem palavras”.
A atleta que foi bronze nos Jogos de Londres-2012 afirmou que usa o mesmo estilo de sungas sprint há muitos anos e que elas são especificamente projetadas para competir. “Eu espero que eu esteja usando-as em Tóquio”, disse.
A representante britânica do paraatletismo é bicampeã mundial em duas modalidades. Em 2015, venceu o revezamento 4×100 da classe T35-38 na edição de Dubai, no Catar, e dois anos depois conquistou o ouro na disputa do salto em distância T38, realizada em Londres.
Ela confirmou ao jornal inglês que pretendia fazer uma reclamação oficial ao Atletismo do Reino Unido. Seu caso não é o único. Uma ex-parceira de treino de Breen informou um problema similar à Federação Inglesa de Atletismo, mas ainda não obteve resposta.
As duas se sentiram indignadas que, em 2021, um juiz tenha adotado essa abordagem durante uma competição. “Estou realmente chocada com o número de atletas do sexo feminino ou suas treinadoras que me contaram sobre incidentes semelhantes acontecendo com elas”.
Amelia Stricker, atleta britânica do arremesso de peso, apoiou a companheira e disse que os juízes que fizeram esses comentários “desnecessários” deveriam ser proibidos de atuar. “Estamos lá para competir. Você não gosta das roupas? Não oficie. Não precisamos de funcionários adicionando estresse desnecessário nesses momentos”.
Ela ainda adicionou que “as atletas não deveriam ser sujeitadas a tais críticas quando já há tanta pressão para que elas sejam ‘perfeitas'”. Até o momento, as organizações de atletismo do Reino Unido e da Inglaterra não se pronunciaram.
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