Ao anunciar sua decisão, Biden disse que estava cumprindo uma promessa de campanha, na qual jurou, se eleito, instruir o secretário de Justiça dos EUA a examinar o mérito de todos os casos em que o governo invocou o direito à confidencialidade. “Quando me candidatei, assumi o compromisso de garantir a transparência com relação à divulgação de documentos sobre os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001”, disse Biden, em comunicado.
O decreto instrui o Departamento de Justiça e outras agências a supervisionar uma revisão para remover o sigilo de documentos relacionados às investigações do FBI sobre o 11 de Setembro. A ordem também exige que o secretário de Justiça dos EUA libere publicamente os documentos que tiverem o sigilo retirado nos próximos seis meses, disse Biden.
Parentes de vítimas dos atentados pediram, na quinta-feira, ao Departamento de Justiça para apurar suspeitas de que o FBI mentiu ou destruiu provas que ligavam a Arábia Saudita aos sequestradores dos aviões lançados contra as Torres Gêmeas de Nova York e o Pentágono.
O pedido, feito em uma carta ao inspetor-geral do Departamento de Justiça, afirma que as circunstâncias tornam provável que um ou mais funcionários do FBI tenham cometido má conduta deliberada com a intenção de destruir ou esconder provas. O FBI não comentou.
A solicitação é a mais recente de várias semelhantes feitas ao longo dos últimos 20 anos, desde que terroristas islâmicos sequestraram quatro aviões civis e os lançaram contra os alvos, causando quase 3 mil mortes. Dois atingiram as Torres Gêmeas do World Trade Center, o terceiro, o Pentágono, e, o quarto, caiu na Pensilvânia antes de atingir a Casa Branca.
A carta pede a busca de provas, incluindo registros telefônicos e uma fita de vídeo de uma festa na Califórnia da qual dois dos sequestrados participaram, mais de um ano antes dos ataques. Ela foi assinada por cerca de 3,5 mil pessoas, entre parentes de vítimas, socorristas e sobreviventes.
O documento pede a Horowitz que investigue as declarações do FBI dadas em resposta a uma intimação das famílias de que a agência perdeu ou simplesmente não é mais capaz de encontrar provas cruciais sobre os indivíduos que forneceram apoio considerável dentro dos EUA aos sequestradores.
Quinze dos 19 sequestradores eram da Arábia Saudita, de onde também era originário Osama bin Laden, criador da rede terrorista Al-Qaeda, que reivindicou os ataques. Uma comissão do governo dos EUA diz não ter encontrado provas de que o país aliado tenha financiado diretamente a Al-Qaeda. O regime saudita afirma que não teve nenhum papel nos ataques.
No mês passado, muitas famílias pediram a Biden para ignorar os eventos em memória dos 20 anos da tragédia, a menos que ele tornasse públicos os documentos que, segundo eles, ligam o apoio do reino saudita aos ataques. (Com agências internacionais)
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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