Mais cedo, ao divulgar suas demonstrações financeiras, o BNDES informou que os desembolsos para empréstimos já aprovados somaram R$ 12,6 bilhões no segundo trimestre, queda de 29% ante igual período de 2020, quando a instituição de fomento acelerou a liberação de recursos em meio à adoção de medidas para mitigar a crise causada pela covid-19.
Para Montezano, a queda nos desembolsos é natural porque o banco enfrenta o “desafio estratégico” de passar de uma situação em que era “monopolista como distribuidor de subsídios” para “alguém que opera a mercado”. “É uma transição que estamos fazendo. À medida que se adapta a condições de mercado, de garantias e risco, o banco se torna mais competitivo”, afirmou o executivo, ponderando ainda que a liberação dos valores tem uma “sazonalidade”, que tende a concentrar desembolsos no fim de cada ano.
Apesar da queda nos desembolsos, Montezano afirmou que não está em estudo, no BNDES, a reedição de medidas “anticíclicas”, para mitigar a crise causada pela Covid-19, como fez em 2020. Ainda assim, segundo o executivo, o banco “monitora e acompanha” a economia e está preparado para adotar novas medidas, caso necessário.
Questionado se o BNDES poderia lançar medidas de apoio a setores específicos, Montezano afirmou apenas que o desempenho dos diferentes setores da econômica tem sido variável. O agronegócio e mineração estão “exportando como nunca” e a fabricação de produtos industrializados, como máquinas e equipamentos, vai bem, enquanto pequenas empresas prestadoras de serviços ainda enfrentam dificuldades, disse o executivo.
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