Bolsa cai e dólar sobre com guerra comercial EUA-China

A Bolsa brasileira encerrou o pregão em queda, pressionada pelo acirramento da guerra comercial entre Estados Unidos e China. O presidente americano, Donald Trump, ampliou as tarifas contra produtos chineses após a China manter a taxação de 34% sobre importações dos EUA. O Ibovespa recuou 1,31%, fechando em 123.931,89 pontos, enquanto o dólar comercial subiu 1,43%, cotado a R$ 5,9959.

Volatilidade e desempenho das ações

O pregão foi marcado por alta volatilidade, com o Ibovespa oscilando entre a máxima de 127.651,60 pontos e a mínima de 123.454,24 pontos. As ações ligadas a commodities foram as mais impactadas:

  • Petrobras (PETR3/PETR4): queda de 3,19% e 3,55%
  • Vale (VALE3): recuo de 5,47%
  • Gerdau (GGBR4): perda de 4,10%
  • CSN (CSNA3): queda de 5,70%

O destaque negativo da bolsa ficou com Magazine Luiza (MGLU3), que despencou 13,41% após o Citi rebaixar sua recomendação para “venda”. Na contramão, CPFL Energia (CPFE3) subiu 3,39%.

Impacto da guerra comercial e reações do mercado

Felipe Sant’Anna, especialista em mercado financeiro, afirmou que a volatilidade lembra os tempos da pandemia. “Temos uma guerra de tarifas, egos e poder. O mercado perdeu suporte e acelera a queda. Ainda aguardamos a resposta oficial da China para entender os rumos de curto prazo”, disse.

Armstrong Hashimoto, da Venice Investimentos, destacou que o dia foi de incerteza: “A China diz que não negociará sob pressão. Se os EUA confirmarem tarifas extras e a China retaliar, a situação pode escalonar”.

Ubirajara Silva, gestor de renda variável, observou que o mercado “respirou” após dias turbulentos, mas alertou: “Amanhã será crucial, pois as tarifas entram em vigor”.

Dólar e juros sob pressão

O dólar e as taxas dos contratos futuros de DI subiram, refletindo o risco global. Álvaro Marangoni, da Warren, explicou: “A aversão a risco atingiu todos os mercados. O real desvalorizou com a fuga para ativos seguros”.

Vanei Nagem, da Pronto! Invest, criticou a estratégia de Trump: “Ele só pressiona a inflação global. Os EUA ainda dependem de importações”.

Cenário internacional

Nos EUA, os principais índices fecharam em queda:

  • Dow Jones: -0,84%, 37.645,59 pontos
  • Nasdaq 100: -2,15%, 15.267,9 pontos
  • S&P 500: -1,57%, 4.982,77 pontos

A tensão persiste com o prazo de Trump para a China retirar as tarifas, sob risco de taxação acumulada de 104%. Lucas Brigato, da Ethimos Investimentos, avaliou: “Trump está perdendo apoio, mas dificilmente voltará atrás”.

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