Na sexta-feira, 24 de janeiro, o Ibovespa encerrou o pregão praticamente estável, com uma ligeira queda de 0,02%, aos 122.449,15 pontos. O índice da Bolsa de Valores B3 operou de forma volátil durante o dia, refletindo dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) acima das expectativas, enquanto a alta em commodities metálicas e ações do setor de consumo trouxeram algum alívio. O fiscal e a inflação seguem como preocupações centrais do mercado. Na semana, o principal índice da B3 teve leve alta de 0,08%.
Expectativas para a Próxima Semana
Os investidores voltam suas atenções para as reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) e do Federal Reserve (Fed) nos dias 28 e 29 de janeiro. Essas reuniões são cruciais para definir a direção dos juros no Brasil e nos Estados Unidos.
Desempenho das Ações
A Vale (VALE3) registrou alta de 1,35%, enquanto a CSN (CSNA3) foi o destaque positivo com ganho de 5,08%. Por outro lado, a Automob (AMOB3) liderou as quedas, recuando 3,22%. As ações da Petrobras (PETR3 e PETR4) também recuaram, com quedas de 0,29% e 0,51%, respectivamente.
O Ibovespa futuro com vencimento em fevereiro também caiu 0,02%, fechando aos 123.100 pontos. O giro financeiro do pregão foi de R$ 14,4 bilhões.
Em Nova York, os principais índices de ações também fecharam em queda. O Dow Jones recuou 0,32%, o Nasdaq 100 caiu 0,50% e o S&P 500 encerrou com baixa de 0,28%.
Especialistas Avaliam Cenário do Mercado
Christian Iarussi, sócio da The Hill Capital, destacou que o comportamento da Bolsa reflete preocupações com inflação, juros e sobretaxas nos EUA. “Externamente, as dúvidas sobre a política tarifária dos EUA criam volatilidade, enquanto internamente, o IPCA-15 acima das expectativas gera preocupação sobre inflação e juros”, afirmou. Segundo ele, no curto prazo, o mercado deve continuar volátil.
Bruno Benassi, analista da Monte Bravo, observou que o principal fator negativo da semana foi o IPCA-15. “A leitura veio acima do esperado, trazendo preocupações sobre a inflação interna. Apesar disso, alguns setores ligados ao ciclo doméstico tiveram boa performance”.
Matheus Spiess, analista da Empiricus Research, destacou que o problema fiscal continua a impactar negativamente o mercado brasileiro. “A desancoragem das expectativas fiscais prejudica a Bolsa, que segue sem uma direção definida”, comentou.
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Câmbio e Política Internacional
O dólar comercial encerrou o dia em queda de 0,12%, cotado a R$ 5,9175. Durante a semana, a moeda acumulou desvalorização de 2,42%, impulsionada pelo tom mais ameno do presidente dos EUA, Donald Trump, em relação à China. O Dollar Index (DXY), que mede o desempenho da moeda americana frente a uma cesta de moedas, recuou 0,54%, fechando em 107,270 pontos.
Lucas Brigato, da Ethimos Investimentos, afirmou que a queda do dólar reflete as declarações mais brandas de Trump. “A tendência é que o dólar possa testar novos patamares mais baixos”, disse. Marcos Weight, da Travelex Brasil, acrescentou que o real tem performado melhor que outras moedas emergentes desde dezembro.
Perspectivas para o Mercado
Com as reuniões do Copom e do Fed na próxima semana, espera-se que os investidores mantenham postura cautelosa. Além disso, o mercado continuará acompanhando de perto os indicadores fiscais e inflacionários no Brasil, que seguem como os principais desafios para o desempenho do Ibovespa.
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