A Bolsa de Valores brasileira encerrou o pregão com uma alta moderada, impulsionada por fatores externos e domésticos. No cenário internacional, o anúncio de tarifas recíprocas por parte do governo dos Estados Unidos (EUA) gerou apreensão nos mercados globais, incluindo o Brasil. A medida visa países que impõem taxas de importação sobre produtos americanos, como é o caso do etanol brasileiro. Apesar da incerteza inicial, a ausência de vigência imediata para as tarifas trouxe um alívio momentâneo, contribuindo para o desempenho positivo da bolsa.
Indicadores Econômicos e Expectativas
Além das questões tarifárias, os investidores também acompanharam de perto a divulgação de indicadores econômicos. Nos EUA, os dados de seguro-desemprego e do Índice de Preços ao Produtor (PPI) vieram acima do esperado, sinalizando um mercado de trabalho ainda aquecido e pressões inflacionárias persistentes.
No Brasil, o Ministério da Fazenda revisou suas projeções para a economia, elevando a expectativa de inflação para 4,8% e reduzindo a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2,3%. Essas revisões refletem um cenário econômico doméstico de desaceleração, conforme apontado por outras pesquisas e indicadores.
Desempenho Setorial e Destaques da B3
O principal índice da B3, o Ibovespa, registrou uma alta de 0,37%, atingindo 124.850,18 pontos. Entre os destaques positivos, as ações da Braskem (BRKM5), Usiminas (USIM5), CSN Mineração (CMIN3), GPA (PCAR3) e Lojas Renner (LREN3) se destacaram, impulsionadas por fatores específicos de cada empresa e pela recuperação do mercado.
Por outro lado, as ações da BRF (BRFS3), Automob (AMBO3), Localiza (RENT3) e Brava (BRAV3) figuraram entre os principais destaques negativos, influenciadas por resultados corporativos e perspectivas menos favoráveis para o setor.
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Repercussões no Mercado de Câmbio e Juros
O mercado de câmbio também reagiu às notícias internacionais e domésticas. O dólar comercial fechou com uma leve alta de 0,07%, cotado a R$ 5,7669. A moeda americana, no entanto, não apresentou grandes oscilações, refletindo a cautela dos investidores em relação ao cenário econômico global e local.
As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DIs) encerraram o dia em queda, indicando que o mercado precifica um cenário de arrefecimento da economia brasileira e uma possível postura mais conservadora do Banco Central em relação à política monetária.
Análise e Perspectivas
O economista Alexsandro Nishimura, diretor da Nomos, ressaltou que a ausência de vigência imediata para as tarifas recíprocas anunciadas pelos EUA foi fundamental para a recuperação da Bolsa brasileira. Ele também destacou a volatilidade do real, que chegou a apresentar um desempenho contrário ao dólar em relação a outras moedas, mas que se estabilizou no final do dia.
Outros especialistas, como Vanei Nagem, da Pronto! Invest, e Cristiane Quartaroli, do Ouribank, apontaram para a importância do cenário fiscal brasileiro e da política monetária americana na determinação do comportamento do dólar e das taxas de juros.
Em suma, o pregão da Bolsa de Valores brasileira foi marcado por uma combinação de fatores externos e internos, com destaque para as decisões do governo americano em relação a tarifas comerciais, a divulgação de indicadores econômicos e as perspectivas para a economia brasileira.
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