Bolsa fecha em alta com apoio de commodities e inflação dos EUA

Ibovespa fecha acima dos 142 mil pontos

A bolsa encerrou o pregão desta quarta-feira (10) em alta de 0,51%, aos 142.348,70 pontos, após atingir a máxima de 143.181,59 pontos no intradiário. O movimento foi sustentado pela valorização das commodities e pelo alívio trazido pela inflação ao produtor (PPI) nos Estados Unidos, que recuou 0,1% em agosto, contra projeção de alta de 0,3%.

A expectativa agora se volta para o CPI (inflação ao consumidor) de agosto, que será divulgado nesta quinta-feira (11), dado crucial para a decisão do Federal Reserve (Fed) na próxima semana.

Destaques da Bolsa

  • Petrobras (PETR3 e PETR4): +2,56% e +1,80%, acompanhando a alta do petróleo.
  • Vale (VALE3): +0,69%.
  • Banco do Brasil (BBAS3): +3,03%, destaque positivo entre os bancos.
  • Itaú (ITUB4): +0,07%.
  • Bradesco (BBDC4): -0,70%.
  • Magazine Luiza (MGLU3): +3,69%.
  • CEA Modas (CEAB3): +4,79%.

O giro financeiro da sessão foi de R$ 18,4 bilhões. No mesmo horário, o Ibovespa futuro para outubro avançava 0,34%, aos 144.155 pontos.

Análises de mercado

Segundo Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, a alta refletiu a combinação de fatores externos e internos:

“A valorização das commodities favorece petróleo e minério, enquanto a expectativa de alívio nas tensões comerciais dos EUA reduz incertezas. No Brasil, a deflação do IPCA trouxe alívio, mas não muda a política monetária no curto prazo”.

Para Diego Faust, operador da Manchester Investimentos, o PPI americano reforça as apostas de corte de juros pelo Fed:

“O mercado já precifica corte, restando definir se será de 0,25 ou 0,50 ponto. Isso derruba os Treasuries, fortalece ações ligadas a commodities e abre espaço para cortes no Brasil”.

Inflação no Brasil: IPCA em queda

O IPCA de agosto, divulgado pelo IBGE, registrou deflação de 0,11%, a primeira em um ano, acumulando alta de 5,13% em 12 meses. O resultado veio levemente melhor que as projeções do mercado.

  • Otávio Araújo (Zero Markets Brasil): “O cenário é de alívio temporário, mas pressões essenciais ainda persistem. O BC deve manter a Selic em 15% na reunião do Copom”.
  • Cristiane Quartaroli (Ouribank): “O dado reforça que os cortes da Selic só devem começar em 2026”.
  • Nicolas Borsoi (Nova Futura): “Apesar da deflação, núcleos seguem pressionados, o que pede cautela”.
  • Étore Sanchez (Ativa Investimentos): “A projeção anual deve permanecer próxima de 4,7%”.

Câmbio e juros futuros

O dólar comercial caiu 0,54%, cotado a R$ 5,4063, refletindo a queda do PPI nos EUA.

As taxas dos DIs futuros oscilaram próximas da estabilidade:

  • Jan/26: 14,895% (estável)
  • Jan/27: 14,005% (de 13,970%)
  • Jan/28: 13,285% (de 13,280%)
  • Jan/29: 13,185% (de 13,215%)

Wall Street fecha mista

Os principais índices de Nova York tiveram desempenho misto após os dados de preços no atacado reforçarem as apostas em corte de juros pelo Fed:

  • Dow Jones: -0,48% (45.490,92 pontos)
  • Nasdaq 100: +0,03% (21.886,06 pontos)
  • S&P 500: +0,29% (6.532,04 pontos)
você pode gostar também

Comentários estão fechados.