O Ibovespa encerrou a sessão desta quinta-feira (8) em leve alta de 0,20%, aos 136.511,88 pontos, sustentado principalmente pelo setor bancário. No pico do dia, o índice atingiu 137.286,00 pontos. A performance do Itaú Unibanco, que divulgou resultados positivos na véspera, impulsionou o bom humor do mercado impulsionando a bolsa.
Itaú lidera altas com lucro bilionário
As ações preferenciais do Itaú (ITUB4) subiram 5,40% após o banco reportar um lucro gerencial recorrente de R$ 11,1 bilhões no primeiro trimestre de 2025, alta de 13,9% em relação ao mesmo período de 2024. Em comparação trimestral, o crescimento foi de 2,2%. A margem financeira gerencial avançou para R$ 30,3 bilhões, e o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) anualizado atingiu 22,5%.
Outros destaques positivos foram:
- Assaí (ASAI3): +3,51%
- Porto Seguro (PSSA3): +5,66%
- Petrorecôncavo (RECV3): +5,49%
- Lojas Renner (LREN3): +4,92%
Todas essas companhias também divulgaram resultados financeiros na véspera.
Setor varejista e aéreo caem
Na ponta negativa da bolsa, as maiores quedas foram:
- Magazine Luiza (MGLU3): -9,98%
- CSN (CSNA3): -9,86%
- MRV (MRVE3): -11,21%
- CSN Mineração (CMIN3): -4,72%
- Fleury (FLRY3): -5,46%
As ações da Gol (GOLL4) e da Azul (AZUL4) também caíram acentuadamente, 25,21% e 11,88%, respectivamente. O recuo da Gol ocorreu após o anúncio de proposta para aumento de capital entre R$ 5,34 bilhões e R$ 19,25 bilhões, que será submetida à assembleia de acionistas. A operação é uma das maiores já realizadas na bolsa no Brasil e poderá gerar diluição significativa dos acionistas.
Expectativas com China e EUA influenciam mercado
Investidores seguem atentos às negociações comerciais entre Estados Unidos e China, previstas para este fim de semana. A possibilidade de flexibilização nas tarifas comerciais por parte dos EUA, mencionada pelo ex-presidente Donald Trump, contribui para a melhora no sentimento de risco global.
Segundo o especialista Bruno Shahini, da Nomad, Trump indicou redução nas tarifas de até 145% para uma faixa entre 50% e 80%, o que o mercado interpretou como sinal de distensão nas tensões comerciais.
IPCA vem em linha e reforça cenário de estabilidade nos juros
O IPCA de abril, divulgado pelo IBGE, registrou alta de 0,43%, desacelerando em relação a março (0,56%). No acumulado de 12 meses, o índice ficou em 5,53%, dentro das projeções do mercado.
A expectativa de manutenção da taxa Selic, atualmente em 14,75% ao ano, foi reforçada após fala do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reafirmando o compromisso do Banco Central com o controle inflacionário.
As taxas dos contratos futuros de juros (DIs) recuaram levemente:
- Janeiro/2026: 14,795%
- Janeiro/2027: 13,970%
- Janeiro/2028: 13,410%
- Janeiro/2029: 13,355%
O mercado agora aguarda a ata do Copom, prevista para a próxima semana, para avaliar os próximos passos da política monetária.
Dólar recua com fluxo externo e expectativa sobre juros
O dólar comercial fechou com queda de 0,12%, cotado a R$ 5,6541 para venda. O dólar futuro para junho recuou 0,16%, a R$ 5.679,50. O movimento reflete o fluxo de capital estrangeiro e a percepção de que o ciclo de alta de juros no Brasil pode ter chegado ao fim.
De acordo com André Galhardo, da Remessa Online, “a valorização do real é sustentada pelo diferencial de juros elevado, além de fatores externos como os acordos comerciais dos EUA e Reino Unido e as negociações iminentes com a China”.
Bolsas dos EUA fecham em leve queda
Os principais índices acionários dos Estados Unidos encerraram o dia em baixa, com investidores cautelosos antes das tratativas comerciais sino-americanas. Veja os fechamentos:
- Dow Jones: -0,29%, aos 41.249,38 pontos
- Nasdaq 100: -0,004%, aos 17.928,92 pontos
- S&P 500: -0,07%, aos 5.659,91 pontos
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