Nesta terça-feira, 25 de março, a Bolsa brasileira fechou em alta, alcançando a máxima histórica intradiária de 133.471,08 pontos, impulsionada pela reação positiva à ata do Comitê de Política Monetária (Copom). Contudo, o índice perdeu força ao final do pregão devido a notícias sobre as taxas de juros do crédito consignado e declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre tarifas. O Ibovespa, principal índice da B3, subiu 0,56%, encerrando em 132.067,69 pontos, enquanto o Ibovespa futuro com vencimento em abril avançou 0,60%, a 133.225 pontos. O giro financeiro foi de R$ 19,6 bilhões.
Desempenho das Ações e Impactos no Mercado
Com a queda de 0,75% do dólar comercial, fechado a R$ 5,7086, empresas exportadoras como Suzano (SUZB3) e Klabin (KLBN11) registraram perdas de 1,33% e 1,24%, respectivamente. Em contrapartida, a Vamos (VAMO3) liderou os ganhos, subindo 15,61%, após divulgar um lucro líquido de R$ 213 milhões no 4º trimestre de 2024, alta de 17% em relação a 2023. Em Nova York, os índices também fecharam em alta: Dow Jones (+0,01%, 42.587,50), Nasdaq 100 (+0,46%, 18.271,9) e S&P 500 (+0,15%, 5.776,65), refletindo otimismo com uma possível moderação nas tarifas americanas.
Análise da Ata do Copom e Perspectivas Econômicas
A ata do Copom, que elevou a Selic a 14,25% ao ano, foi interpretada como hawkish, sinalizando que o ciclo de alta de juros ainda não terminou, mas com ajustes futuros de menor magnitude, entre 0,25 e 0,50 ponto percentual. Felipe Papini, da One Investimentos, destacou que o documento reforça a disciplina do Banco Central (BC) sob Gabriel Galípolo, afastando temores de riscos fiscais. “O mercado espera uma Selic de 15% até o fim do ano”, afirmou. Já Carlos Braga Monteiro, do Grupo Studio, prevê cortes de juros apenas no segundo semestre, diante de inflação persistente e expectativas desancoradas.
Fatores de Pressão e Expectativas do Mercado
Gustavo Cruz, da RB Investimentos, observou que a Bolsa reduziu ganhos após notícias da Caixa Econômica Federal sobre taxas de crédito consignado entre 1,60% e 3,17% ao mês e falas de Trump prometendo anúncios tarifários na próxima semana. “Isso gera receio e pode exigir juros altos por mais tempo”, disse. André Matos, da MA7 Negócios, reforçou que a política monetária contracionista impactará a oferta e demanda por crédito. No câmbio, o dólar caiu devido à ata do Copom e ao fluxo estrangeiro, enquanto os contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DIs) subiram, com o DI para janeiro de 2026 a 15,120% e o de 2029 a 14,770%.
Cenário Internacional e Projeções
Cristiane Quartaroli, do Ouribank, apontou que a possibilidade de corte de juros pelo Federal Reserve em junho anima o mercado, enquanto Vanei Nagem, da Pronto! Invest, destacou a recepção positiva aos acenos de flexibilização de Trump. Étore Sanchez, da Ativa Research, interpretou o tom duro da ata como um sinal de desaceleração no ritmo de altas, mantendo a credibilidade do BC. Para Papini, a Bolsa, que rompeu a resistência de 130 mil pontos, ainda tem espaço para crescer, sustentada por um valuation atrativo após ganhos recentes.
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