Bolsa sobe pelo 3º dia com fluxo estrangeiro

A Bolsa de Valores brasileira fechou em alta pelo terceiro pregão consecutivo, impulsionada pelo fluxo de capital estrangeiro, pela queda na curva de juros influenciada pelo IPCA-15 e pela valorização de ações ligadas a commodities. O Ibovespa, principal índice da B3, subiu 0,47%, atingindo 133.148,75 pontos. Durante o dia, o índice alcançou a máxima de 133.904,38 pontos, aproximando-se dos 134 mil pontos. O giro financeiro foi de R$ 20,5 bilhões.

Entre os destaques positivos, a Vale (VALE3) registrou alta de 0,79%, enquanto a Petrobras (PETR3 e PETR4) teve ganhos de 1,02% e 0,74%, respectivamente. Os setores de educação e frigoríficos lideraram as valorizações. Por outro lado, a Marcopolo (POMO4) foi o destaque negativo, com queda de 4,97%. Já o Ibovespa futuro, com vencimento em abril, avançou 0,50%, fechando em 133.860 pontos.

Impacto do Fluxo Estrangeiro e Política Tarifária

Felipe Moura, analista da Finacap, explica que a alta da bolsa reflete uma rotação de portfólios, com investidores saindo das bolsas americanas e migrando para mercados emergentes, como o Brasil. “Esse movimento é impulsionado pela política tarifária de Donald Trump, que gera incertezas globais, além da especulação sobre as eleições presidenciais de 2026 no Brasil”, afirma Moura. Ele destaca a entrada significativa de capital estrangeiro na B3 este ano, favorecendo ativos brasileiros.

Bruno Komura, da Potenza Capital, complementa: “A queda na curva de juros ajuda o Ibovespa, mas o fluxo estrangeiro, que abandona bolsas americanas, também beneficia emergentes. Ações da China estão em alta, o que favorece o Brasil por sua ligação com commodities”. Komura nota ainda uma migração de investidores da renda fixa para a bolsa, aproveitando valuations atrativos.

IPCA-15 e Curva de Juros

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Ibovespa e dólar tem leve alta

O IPCA-15 de março subiu 0,64%, abaixo da projeção de 0,68%, segundo o IBGE. Em 12 meses, a inflação acumulada atingiu 5,6%, contra 5,30% estimados. Matheus Spiess, da Empiricus Research, comenta: “O dado veio mais fraco que em fevereiro, influenciado pelo bônus de Itaipu, mas a inflação segue preocupante e deve acelerar até meados do ano”. Apesar disso, o resultado abaixo do esperado aliviou a pressão na curva de juros, beneficiando ativos de risco.

As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DIs) caíram. O DI para janeiro de 2026 passou de 15,165% para 15,075%, enquanto o DI para janeiro de 2029 foi de 14,900% para 14,860%.

Dólar e Mercados Internacionais

No câmbio, o dólar comercial subiu 0,43%, encerrando cotado a R$ 5,7577, refletindo incertezas sobre as tarifas de Trump, que entram em vigor em 2 de abril. Cristiane Quartaroli, economista-chefe do Ouribank, destaca: “As declarações de Trump geram volatilidade, especialmente no curto prazo”. Komura, da Potenza Capital, acrescenta que o mercado aguarda possíveis retaliações, mantendo-se cauteloso.

Nos Estados Unidos, os índices fecharam em queda. O Dow Jones caiu 0,37% (42.299,70 pontos), o Nasdaq 100 recuou 0,53% (17.804,53 pontos) e o S&P 500 desceu 0,33% (5.693,31 pontos), pressionados pelas notícias sobre tarifas americanas.

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