“Eu não mando no Tribunal Superior Eleitoral. Eu argumento, mas não tem como convencê-los. Por exemplo, estou proibido de fazer live dentro da minha casa oficial, tenho que ir para a casa de alguém. Perseguição política. Não posso usar as imagens do 7 de setembro no horário eleitoral gratuito nosso. Por quê?”, afirmou Bolsonaro.
Neste domingo, 25, o presidente escondeu o local onde realizou uma transmissão ao vivo nas redes sociais, após a corte eleitoral o ter proibido de fazer lives em instalações públicas, como o Palácio da Alvorada. “O TSE fica o tempo todo aceitando qualquer ação de partidos, em especial do PT, para tentar atrapalhar a minha campanha”, acusou o chefe do Executivo, na entrevista.
Bolsonaro também se negou a dizer se vai reconhecer o resultado da eleição em caso de derrota e voltou a colocar em dúvida a confiabilidade das urnas eletrônicas, sem apresentar provas ou indícios de irregularidades. “Eleições limpas, sem problema nenhum”, afirmou, sobre aceitar a decisão dos eleitores. “Eu não acredito em pesquisas, não acredito no Datafolha. Eu ando pelo Brasil todo, sou bem recebido em qualquer lugar”, emendou.
Pesquisa Ipec divulgada nesta segunda-feira, 26, mostrou Lula com 48% das intenções de voto, um ponto porcentual a mais do que no levantamento anterior, e Bolsonaro estável em 31%. Nos votos válidos, o petista marcou 52%, com chance de vitória no primeiro turno.
Para tentar descredibilizar o TSE, Bolsonaro criticou os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e os associou a seu principal adversário na eleição. “Os mesmos juízes que tiraram Lula da cadeia e o tornaram elegível são exatamente os mesmos que conduzem o processo eleitoral brasileiro e que tudo dificultam”, afirmou. No ano passado, o STF anulou as condenações de Lula na Lava Jato por entender que 13ª Vara da Justiça Federal de Curitiba (PR) não tinha competência para julgar os casos que envolviam o ex-presidente.
Bolsonaro disse ainda que o TSE tem “má vontade” com as Forças Armadas, apesar de a Corte ter acatado algumas sugestões dos militares para o processo eleitoral, e afirmou que só haveria chance “zerada” de fraude se o País implementasse o voto impresso, que foi rejeitado pelo Congresso no ano passado.
“Eles convidaram as Forças Armadas, que apresentaram várias sugestões. Foi uma briga para aceitar uma ou outra sugestão. Uma má vontade enorme do TSE para com as Forças Armadas, para nós buscarmos diminuir a possibilidade de fraude”, declarou o candidato à reeleição.
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