O lançamento de uma candidatura no maior colégio eleitoral do País era o principal impasse para a filiação do presidente ao Partido Liberal (PL). A sigla tinha acordo para apoiar em 2022 o vice-governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), nome patrocinado pelo governador paulista João Doria (PSDB), arquirrival político de Bolsonaro. A situação levou o presidente a suspender a filiação ao PL, marcada inicialmente para o dia 22.
Com o imbróglio resolvido e o aval dado pela cúpula do partido ao chefe do Executivo para a candidatura de Tarcísio, Bolsonaro vai oficializar a filiação no dia 30. “Quando eu apresentar o nome, já está o nome definido, o pessoal vai aceitar. Está fazendo um grande trabalho no nosso governo”, disse o presidente sobre o ministro.
Ele ainda voltou a negar que tenha trocado xingamentos com o presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto, quando decidiu adiar a filiação.
“Temos uma relação muito boa com o Valdemar. Não houve troca de acusações, apenas troca de zap. Faltava a gente acertar meia dúzia de estados, entre eles São Paulo. Eu falei: ‘Valdemar, é o estado com a maior densidade, temos que ter algo acertado. Eu tenho um possível candidato a governador por São Paulo. Se eu não acertar esse candidato, esse casamento não vai dar certo'”, relatou.
PEC dos Precatórios
Bolsonaro criticou partidos de esquerda, como o PT, e o Novo, que se apresenta como sigla da direita, por terem votado contra a PEC dos Precatórios, que abre espaço no teto de gastos para pagamento de parcelas de R$ 400 do Auxílio Brasil até o fim de 2022, ano em que o presidente tentará a reeleição.
“Poucos dias a imprensa mostrou um caminhão de ossos e um pessoal pegando osso. Quem apanhou? Eu. Nós, para atender esse pessoal, vamos dobrar o Bolsa Família. Os mesmos que criticaram agora estão contra os precatórios porque a condição para pagar os R$ 400 é aprovar o parcelamento desses precatórios. A gente lamenta que o PT, partido de esquerda que tanto fala que eu não tenho coração com os pobres, na hora de dobrar o valor, é contra”, afirmou.
Isolamento internacional
Bolsonaro ainda rebateu críticas de que estaria isolado nas relações com outros países, enquanto seu possível principal adversário nas urnas em 2022, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), iniciou uma exitosa tour pela Europa. Disse ter recebido “tratamento VIP” durante a recente missão em Dubai, nos Emirados Árabes.
“Há dois, três meses teve eleição para uma cadeira não permanente no Conselho de Segurança da ONU. 190 países votaram, 181 votaram no meu candidato. Como é que eu tô mal. Há pouco, decidimos a questão de um Fórum de Direitos Humanos. De 24 países votando, 19 votaram em um candidato nosso”, defendeu.
“O tratamento meu foi VIP em Dubai. Fiz questão de mostrar os três hotéis onde eu fiquei. Média da diária 45 mil reais. Por que eu fiquei nesse quarto? Cortesia pra mim e pra comitiva nossa”, pontuou.
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