Bolsonaro tem travado embates com a Corte, que subiu o tom da resposta às ameaças do presidente de suspensão das eleições de 2022 e às fake news propagadas por alguns aliados. A base bolsonarista fala em erosão das liberdades individuais, citando como exemplo a prisão do presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, por ameaças a ministros do Supremo e à democracia. Por isso, convocou uma manifestação para o dia 7 de setembro, quando o País comemora o Dia da independência. “O povo quer liberdade, que estamos perdendo”, afirmou o chefe do Executivo, reiterando que, nesse dia, estará “onde o povo estiver”, mas garantindo que o movimento será pacífico.
Se, por um lado, está em pé de guerra com o Supremo e alguns governadores, sobretudo desde a adoção de medidas de isolamento social por parte dos Executivos estaduais, Bolsonaro exaltou sua atual relação com o Congresso Nacional. “Aos poucos, estamos ganhando confiança do Parlamento, vamos mudando velhas práticas”, destacou. Apesar da boa relação com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o dirigente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), tem oferecido resistência a algumas pautas do governo e respondido a alguns ataques do líder do Palácio do Planalto a outros poderes.
Ainda durante o evento em Cuiabá, Bolsonaro fez críticas a multas aplicadas a produtores rurais. “Seja quem for, não tem cabimento”, declarou. “O Estado não pode atrapalhar quem quer produzir. Quanto menos Estado, mais desenvolvimento”. Como mostrou o Estadão/Broadcast, a área de gestão de multas ambientais do Ibama sofreu uma paralisia completa durante a gestão de Ricardo Salles no Ministério do Meio Ambiente.
Acompanhavam Bolsonaro no evento a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, o ministro do Turismo, Gilson Machado e o presidente da Funai, Marcelo Xavier. O governador do Mato Grosso, Mauro Mendes, também estava presente e discursou às lideranças indígenas alinhadas ao governo, como o líder da etnia Paresi, Arnaldo Zunizakae.
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