Nas críticas ao presidente do TSE, o mandatário voltou a associar o magistrado à defesa da pedofilia, falando algo que já foi desmentido, de que ele defende a redução da maioridade para estupro de vulneráveis e que isso beira a defesa da pedofilia. Aos apoiadores, Bolsonaro voltou a apresentar suas próprias estatísticas para dizer que as urnas eletrônicas não são confiáveis e disse se eles confiavam mais “em relatório da Polícia Federal ou no Barroso.”
Bolsonaro disse que “joga dentro das regras constitucionais” e Barroso não. Ontem, os ministros do TSE votaram, por unanimidade, a favor da instauração de inquérito administrativo e envio de notícia-crime ao Supremo contra o presidente pelas declarações infundadas de irregularidades no sistema eleitoral e ameaça à realização das eleições.
Palavra ‘sem valor’
Em posse de dois relatórios da Polícia Federal sobre as urnas, Bolsonaro declarou que, se o presidente do TSE continuar “insensível” a seus apelos contra o sistema eleitoral, e o povo desejar, haverá um movimento na Avenida Paulista, em São Paulo, para mandar um “último recado” ao ministro. “Senhor Barroso, sua palavra não vale absolutamente nada. Está a serviço de quem?”, questionou.
Ele voltou a se apoiar em suposto cálculo estatístico para sustentar versão segundo a qual houve fraude nas eleições municipais de São Paulo e afirmou que as eleições de 2022 estão sobre suspeição por existirem dúvidas quanto à legitimidade do pleito. “Por que ele (Barroso) quer que a somatória de dúvidas permaneça entre nós? Não serão admitidas eleições duvidosas no ano que vem”, declarou.
Bolsonaro se mostrou bastante insatisfeito com Barroso, e dedicou toda a sua conversa com apoiadores nesta manhã a criticar o ministro. Bolsonaro argumentou que a briga com o presidente do TSE não era para mostrar “quem é mais macho”, mas que ele não abria mão de demonstrar quem respeitava a Constituição, coisa que acusou o ministro de não fazer.
O chefe do Executivo tentou diminuir o impacto de suas críticas ao ministro afirmando que elas não eram direcionadas ao TSE ou ao STF, mas apenas contra Barroso. “O ministro Barroso presta um desserviço à nação brasileira, cooptando agora gente de dentro do Supremo, querendo trazer para si, ou dentro do TSE, como se fosse uma briga minha contra o TSE ou contra o Supremo, não é. É contra o ministro do Supremo que é também presidente do Tribunal Superior Eleitoral querendo impor a sua vontade”.
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