Ele ainda criticou, sem citar nomes, adversários políticos que já se reuniram com mandatários de países como Cuba e a Venezuela. “Estão querendo viver como os cubanos e os venezuelanos”, disse o presidente nesta segunda-feira, 12, disparando “não tem mais cães e gatos na Venezuela, comeram tudo”.
Milhares de cubanos foram às ruas no último domingo para protestar contra cortes de energia elétrica e falta de remédios em meio a período agudo da pandemia do novo coronavírus no país, que registrou 6.923 casos e 47 mortes por covid-19 em 24 horas.
O primeiro secretário do Partido Comunista de Cuba, Miguel Díaz-Canedo, culpou os Estados Unidos pelos atos e insuflou clima de tensão ao convocar apoiadores do regime a saírem às ruas em resposta às manifestações.
“Estamos convocando todos os revolucionários, todos os comunistas, a irem às ruas onde existirem esforços para produzir essas provocações”, disse o chefe de estado em discurso transmitido em rede nacional. Ele é o terceiro a comandar o país em mais de 60 anos.
Armada com metralhadoras, a polícia reprimiu manifestantes sem força letal, com spray de pimenta e golpes de cassetete. Houve tumultos e prisões, segundo relatos. Em menor número, defensores do governo gritavam “Fidel” na tentativa mal sucedida de abafar palavras de ordem do lado oposto, que pedia “liberdade”.
O movimento, cujo epicentro foi San Antônio de Los Baños, cidade vizinha da capital Havana, de 50 mil habitantes, é acontecimento raro na Ilha, onde a oposição ao regime de partido único é ilegal. A crise econômica enfrentada por Cuba desde antes da pandemia de covid-19 se agravou a partir da redução do fluxo do turismo, principal fonte de renda da população.
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