Para elogiar Pazuello, Bolsonaro usou como referência o título de cidadão manauara que ele mesmo deverá receber nesta sexta-feira, 23, na capital do Amazonas.
“É sinal que o nosso trabalho em Manaus, o meu trabalho, e o do Pazuello como ministro da Saúde, foi muito bem feito naquela região. Lamentamos a crise que teve lá, mortes, a coisa que chocou a todos nós, mas, infelizmente, foi uma coisa que ninguém esperava”, disse. A homenagem foi proposta pelo deputado estadual Delegado Péricles (PSL) e aprovada pela maioria da Assembleia Legislativa do Amazonas.
O caos no sistema público de saúde do Amazonas foi o estopim para a criação da CPI da Covid, que será instalada no Senado na próxima terça-feira, 27. A eventual responsabilidade de Pazuello na crise é uma das frentes de apuração no colegiado, onde o governo não tem maioria.
Substituído pelo médico Marcelo Queiroga no ministério, Pazuello é um dos alvos da CPI e a convocação dele para questionamentos é dada como certa. O governo tem trabalhado para proteger o general, que deve ganhar uma secretaria no Palácio do Planalto.
Os senadores também têm mãos um duro relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) que apontou uma série de omissões graves de Pazuello no comando da pasta. O documento apontou que o ministério evitou assumir a liderança do combate à covid-19 e abriu mão de responsabilidades. “O governo brasileiro fez sua parte (na crise de Manaus)”, declarou Bolsonaro na transmissão ao vivo.
Como mostrou o Estadão, além do general Pazuello, militares levados por ele para postos importantes da pasta também estão na mira da CPI. A pressão preocupa o Planalto em razão do risco de recair sobre militares o rótulo de ineficiência e incompetência no enfrentamento à pandemia.
O atual ministro da Defesa, general Braga Netto, também está na mira da CPI. Como chefe da Casa Civil, Braga Netto coordenava o comitê de crise do governo que, na avaliação de técnicos do TCU, foi omisso.
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