“Querem me tirar daqui na canetada. Querem me tornar inelegível na caneta. Isso é jogar dentro das quatro linhas da Constituição?”, argumentou. Segundo o presidente, Fux se alimenta da imprensa para emitir suas notas. “Tudo o que eu falo satanizam, debocham. Não posso defender nada, mas não vou deixar de cumprir com o meu dever”, disse.
O cancelamento da reunião por Fux acontece após reiterados ataques de Bolsonaro a ministros do Supremo, em especial, ao ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito das fake news, e ao ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). No comunicado lido hoje, Fux afirmou que “diálogo eficiente pressupõe compromisso permanente com as próprias palavras” e reforçou que ataques a ministros são ataques a toda a Corte. Bolsonaro, entretanto, disse que nas suas palavras não há nenhum ataque ao Supremo.
Durante a live, o presidente refez críticas ao Judiciário e ao Legislativo. Segundo o presidente, “problemas e ruídos e incompreensões que vem de um lado da Praça dos Três Poderes” atrapalham o trabalho do governo. “Onde dois ou três se arvoram em serem os donos da verdade”, completou. Bolsonaro disse que espera para ver onde vai dar o inquérito das fake news, sob o qual passou a ser investigado por ataques às urnas eletrônicas.
Ao relator do processo, o ministro Moraes, o presidente minimizou declarações que havia feito contra ele e disse que não ofendeu a sua honra, mas sim suas decisões. Durante a live, Bolsonaro também disse que convidaria Fux e Barroso para participarem de ato político em São Paulo neste fim de semana.
Sobre atividades do Congresso, Bolsonaro voltou a rebater irregularidades reveladas pela CPI da Covid no Senado e disse que, apesar das denúncias de pedido de propina, o colegiado não conseguiu “descobrir um centavo” desviado pelo governo.
‘Esquerda’
Bolsonaro afirmou que o ministro do Supremo Tribunal Federal e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, é ideologicamente alinhado à esquerda brasileira, ao justificar a oposição do magistrado à implementação do voto impresso.
“Ele é de esquerda, todo mundo sabe disso, não é ofensa. Ele deve se orgulhar, porque estou falando a verdade sobre ele. Ele tem uma paixão pela esquerda no Brasil, defende exatamente as mesmas bandeiras. Se um dia voltar de novo à esquerda numa votação limpa, paciência”, disse em transmissão semanal pela internet.
Bolsonaro ainda associou novamente Barroso à defesa da flexibilização da Legislação contra o crime de pedofilia e à legalização das drogas. Segundo o chefe do Executivo, suas falas são meras críticas à atuação do magistrado como integrante da Corte.
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