‘Rachadinhas’
Denunciado por peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa pelo Ministério Público do Rio, Queiroz é considerado o operador do suposto esquema de “rachadinhas” no gabinete do senador e ex-deputado estadual Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), um dos filhos do presidente. Ele e Bolsonaro são amigos de longa data. Os dois serviram ao Exército na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), no Sul fluminense.
No Instagram do ex-assessor, restrito a 750 seguidores, a foto de Lázaro morto – que recebeu o selo de “conteúdo sensível” da rede – ganhou a curtida de Ana Cristina Siqueira Valle, segunda ex-mulher de Bolsonaro. Ela também é investigada por suspeitas de praticar a “rachadinha”, como é chamado o desvio de dinheiro de assessores. O caso dela, contudo, é outro dentro do clã: envolve o gabinete do vereador carioca Carlos Bolsonaro (Republicanos).
Além das apurações sobre a “rachadinha”, Queiroz tem em seu histórico um homicídio cuja investigação ficou parada por anos e foi reaberta em 2020. Quando era sargento, ele e o então tenente Adriano Magalhães da Nóbrega, que depois virou o miliciano mais procurado do Rio, registraram como “auto de resistência” a morte do estudante Anderson Rosa de Souza, de 29 anos, em 2003. No ano passado, com Queiroz de volta aos holofotes, o MP pediu à polícia uma perícia nos fuzis usados na ocasião.
Apesar agora comemorarem a morte de Lázaro, criticada por especialistas devido ao alto custo da operação que não conseguiu capturá-lo vivo, a família Bolsonaro e seus aliados tiveram reação oposta quando o próprio Adriano da Nóbrega foi morto.
O ex-capitão estava foragido da Justiça do Rio e foi encontrado no interior da Bahia em fevereiro de 2020. A operação da polícia local com o auxílio de autoridades fluminenses culminou na morte do ex-chefe do Escritório do Crime, cuja mãe e a ex-mulher tiveram cargos no gabinete de Flávio. As duas também foram denunciadas pelo MP no caso das “rachadinhas”.
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