Em média, o presidente teve cerca de uma reunião por semana, ou uma reunião a cada 6,55 dias. A primeira delas aconteceu em 2 de fevereiro de 2020, quando o vírus começava a se espalhar pelo mundo e cerca de três semanas antes de desembarcar no Brasil.
Grande parte das reuniões, entretanto, concentrou-se no segundo trimestre do ano passado, no período de abril a junho de 2020. Neste período foram 34 reuniões realizadas, cerca de 40% do total. Só em abril, mês com mais encontros, foram realizados 21 com a participação de Bolsonaro para discutir o assunto. Em março, por exemplo, em três dias o presidente teve cinco encontros para discutir, por videoconferência, “governadores e pedidos de apoio para enfrentamento da crise”.
Contudo, segundo mostram os documentos entregues, com o passar do tempo as reuniões foram ficando mais espaçadas. No terceiro trimestre de 2020, momento mais agudo da primeira onda, foram realizadas sete reuniões contra as mais de trinta do período anterior.
Apesar de já terem sido feitas ofertas ao governo brasileiro para o fornecimento de vacinas contra a doença, a planilha do Palácio do Planalto acusa a primeira reunião para tratar de imunizantes em 8 de setembro. “36ª Reunião do Conselho de Governo: Vacinação e outros”, registra o documento. Participaram do encontro Bolsonaro, o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, o chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, o então chanceler Ernesto Araújo, bem como outros nomes da Esplanada dos Ministérios.
No quarto trimestre de 2020, o número de reuniões diminuiu mais e foram feitas cinco. O período marca as véspera das festas de fim de ano, início do recrudescimento da doença e da disponibilidade de vacinas. Apenas três reuniões foram feitas em outubro, duas em dezembro e nenhuma em novembro.
Em comparação, as primeiras doses da Coronavac, vacina testada e produzida pelo Instituto Butantan com parceiros chineses, para aplicação em massa, chegaram ao País em 19 de novembro. O anúncio de compra pelo governo federal, entretanto, só saiu em janeiro após aprovação de eficácia pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Já no início deste ano, no pico da segunda onda e do colapso do sistema de saúde em Manaus os encontros voltaram a acontecer com mais frequência. No primeiro trimestre deste ano, foram 17 reuniões.
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