O avanço nos preços do gás de cozinha – que, em algumas regiões do País, já supera os R$ 100, corroendo o poder de compra da população – também foi colocado por Bolsonaro como culpa dos governadores. “O preço do gás não está caro, está R$ 45. Eu zerei o imposto federal. Cadê os governadores para não zerar o imposto federal do gás? Aí chega a R$ 130 na ponta da linha”, disse o presidente da República.
Na verdade, como já mostrou o jornal O Estado de S. Paulo, do preço final do botijão, a maior parte fica com a Petrobras, que é responsável por quase a totalidade do fornecimento de gás de cozinha no País: 49%.
Outros 36% ficam com as distribuidoras (que fazem a aquisição, armazenamento, envasamento, transporte, comercialização e controle de qualidade) e os pontos de revenda; e 14,5% são impostos estaduais (ICMS).
Entre julho de 2020 e junho deste ano, de acordo com o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás), o preço final do botijão aumentou 25%, de R$ 69,96 para R$ 87,44, em média.
Embora o governo tenha zerado a incidência de impostos federais sobre o GLP neste ano, o impacto nos preços foi pequeno, em torno de R$ 2 por botijão, e parte da população mais carente voltou a apelar à lenha.
O chefe do Executivo usou o mesmo discurso para falar sobre o preço da gasolina. “Custa R$ 1,95 na refinaria, chega a R$ 6, R$ 7, na ponta”, declarou. “Vamos ver o porquê ao longo do caminho, o que fica caro.”
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