“O que seria do Executivo sem Senado, sem Câmara, e também, por que não dizer, em muitos momentos, sem o nosso Supremo Tribunal Federal? Nós somos um só corpo, o nosso bom entendimento é alegria do nosso povo”, declarou Bolsonaro na cerimônia de entrega do Prêmio Marechal Rondon de Comunicações.
Em seguida, o presidente afirmou que seu governo quer “produzir alegria, satisfação ao nosso povo” dentro do Parlamento. “Nosso governo conversa com todo mundo”, declarou.
Contudo, o governo federal tem um histórico de atritos com o STF e mostra dificultes na interlocução com o Congresso. O ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, hoje senador licenciado, foi nomeado na Esplanada justamente para melhorar o diálogo com os parlamentares – fato reconhecido nesta terça-feira por Bolsonaro. “Ciro chegou para dar tranquilidade no nosso relacionamento com Parlamento, em especial com o Senado Federal”, afirmou.
Desde quinta-feira, Bolsonaro diminuiu o tom nas críticas ao Supremo ao publicar uma carta à nação, assinada pelo ex-presidente Michel Temer, em que pregou harmonia entre os poderes e respeito às instituições, apenas dois dias após ameaçar o STF nos atos de 7 de setembro.
Desde lá, já cometeu alguns “deslizes” na nova estratégia. Na mesma quinta-feira, voltou a defender as manifestações do feriado da independência com pautas antidemocráticas e, no dia seguinte, declarou que os protestos, pivôs da mais recente crise com o Judiciário, não tinham sido em vão.
O 7 de setembro foi visto por analistas como uma ofensiva do Planalto sobre a democracia. Hoje, no evento, Bolsonaro garantiu que as Forças Armadas jogam dentro das “quatro linhas da Constituição”.
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