Bolsonaro contemporizou fala de Nogueira em 2017, às vésperas das eleições presidenciais, na qual chama Bolsonaro de fascista e declara apoio a Luiz Inácio Lula da Silva, a quem se refere como “o melhor presidente da história”. O atual chefe do Executivo insinuou que o parlamentar adotou aquela postura em busca de dividendos políticos.
“Sim, chamou. As coisas mudam. Eu tinha posições no passado que eu não assumo mais hoje, mas nenhuma de forma radical. E quem está no Nordeste e não fosse Lula no passado não tinha sucesso na política”, justificou.
Na ocasião, Nogueira enalteceu programas sociais de transferência de renda, como Bolsa Família, responsável, em sua avaliação, por melhorar indicadores socioeconômicos do Nordeste, e o programa de moradias populares Minha casa Minha Vida.
“Lula é o melhor presidente da história deste País, principalmente para o Piauí e para o Nordeste. Por mais que eu tenha que pensar no Brasil, eu não me vejo votando contra o Lula, por tudo que ele fez, por tudo que ele tirou de miséria desse povo, pelo combate à fome”, disse. Em seguida afirmou: “É o meu candidato”, disse o cacique do Progressistas em entrevista.
Bolsonaro admitiu que a nomeação de Nogueira para a Casa Civil faz parte de estratégia do governo para ampliar a base de apoio no Congresso, onde a sigla tem dez representantes, na Câmara, e sete no Senado. Ele também voltou a dizer que o termo Centrão é pejorativo e utilizado para afastar parlamentares da base do Planalto
“Acreditamos que uma melhor interlocução com o parlamento seria um senador. Quando alguns falam em centrão de forma pejorativa, o que a grande mídia quer é afastar políticos do centro, mais ao centro de mim. São aproximadamente 200 parlamentares. Se eu abrir mão deles, sobram 300. Desses 300, metade são da esquerda, que nunca vão votar conosco”, disse.
O presidente, no entanto, não deu certeza absoluta de que a indicação prosperará. Tudo depende, segundo ele, de reunião que será realizada na próxima segunda-feira, 26, quando o parlamentar retorna do recesso.
“Vou conversar com ele na segunda-feira para depois tomar uma decisão. Não vai ser um casamento pela internet. Eu conheço o Ciro. Eu passei mais da metade do meu período como parlamentar no Progressistas”, disse.
No entanto, Bolsonaro já demitiu Luiz Eduardo Ramos, que chefiava a pasta. Para mantê-lo dentro das estruturas do governo, precisou criar mais um ministério, o de Emprego e Previdência, que será liderado pelo atual secretário-geral da Presidência da República Onyz Lorenzoni. O movimento custou a Bolsonaro a quebra de duas promessas de campanha: não aumentar número de ministérios e delegar a Guedes a gestão do superministério da Economia.
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