O Brasil despencou seis posições no Democracy Index de 2024, ranking global de democracia elaborado pela unidade de inteligência da The Economist. Agora na 57ª colocação entre 167 países, o resultado reflete desafios crescentes no cenário político nacional. Publicado em março de 2025, o relatório aponta a polarização política e a gestão problemática das redes sociais como fatores centrais para essa queda. Confira os detalhes dessa análise e entenda como esses elementos impactam a democracia brasileira.
Polarização e Redes Sociais Ameaçam a Democracia Brasileira
No capítulo intitulado “Democracia Brasileira em Risco”, o estudo destaca que a polarização política no Brasil intensificou-se ao longo da última década. Além disso, o manejo do impacto das plataformas de mídia social tem sido um desafio significativo. Um marco dessa crise ocorreu em agosto de 2024, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou o bloqueio da rede social X, classificando-a como uma “ameaça direta à integridade do processo democrático” antes das eleições municipais de outubro.
Segundo o relatório, a decisão de restringir uma grande plataforma por semanas é algo inédito entre nações democráticas. O documento critica a medida, argumentando que a censura ultrapassou os limites de restrições aceitáveis à liberdade de expressão, especialmente em um contexto eleitoral. A ação, baseada em definições vagas de discurso ilegal, é citada como exemplo de politização do judiciário, prejudicando a pontuação do Brasil no índice.
Liberdade de Expressão em Xeque no Brasil
Dados do Latinobarómetro de 2023, mencionados no estudo, reforçam essa percepção. Cerca de 64% dos brasileiros afirmaram que a liberdade de expressão no país “é mal garantida ou não é garantida”, número bem acima da média regional de 45%. Além disso, 62% dos entrevistados disseram evitar expressar opiniões sobre os problemas nacionais, superando a média da América Latina (44%) e ficando atrás apenas de El Salvador. Esses índices refletem um cenário de crescente autocensura entre a população.
Tentativa de Golpe de 2022 Impacta a Classificação
Outro fator que pesou na queda do Brasil no Democracy Index foi a investigação sobre a suposta tentativa de golpe em 2022. O evento envolveu denúncias contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e membros das Forças Armadas, que teriam planejado ações contra o então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e o STF. Apesar de negarem irregularidades, os novos detalhes revelados em 2024 agravaram a percepção de instabilidade política. O relatório da The Economist destaca que o plano sugere uma “tolerância perturbadora à violência política”, algo raro em democracias consolidadas.
Ranking Global: Noruega Lidera, Brasil Fica na Média
No topo do ranking de democracia, a Noruega mantém a liderança, seguida por Nova Zelândia e Suécia. Já na lanterna, Coreia do Norte, Mianmar e Afeganistão figuram como os menos democráticos. O Brasil, apesar da queda, ainda se posiciona na faixa intermediária, mas os sinais de alerta são evidentes.
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