Muito do aperto que a seleção passou se deve a Gabriel Jesus, que foi expulso em um lance bobo aos três minutos do segundo tempo, logo depois de Lucas Paquetá ter feito um gol. Com um jogador a menos durante praticamente toda a etapa final, o Brasil foi bastante pressionado pelo Chile, que esteve perto do empate e chegou a acertar uma bola na trave.
A outra semifinal será decidida neste sábado. A Argentina, de Lionel Messi, encara o Equador, em Goiânia. Já o Uruguai enfrenta a Colômbia, no estádio Mané Garrincha, em Brasília.
Ao contrário dos demais jogos na Copa América, o Brasil enfrentou nesta sexta-feira um adversário que não ficou fechado na defesa. O Chile, ao contrário, começou com o domínio da posse da bola, sem dar espaço, pressionando a saída de bola brasileira. Assim, os primeiros minutos de jogo foram complicados para o Brasil. O time demorou para encaixar boas jogadas até que Neymar, Firmino e Gabriel Jesus conseguissem segurar a bola no ataque e amenizar a pressão inicial chilena.
Neymar participou das principais jogadas da seleção, mas rendeu abaixo do esperado. O Brasil tinha muita dificuldade para apresentar uma variação de jogadas. Faltava, por exemplo, lances em profundidade ou chutes de fora da área. A seleção era um time previsível, fácil de ser marcado pela defesa chilena. Os lateral pouco apoiavam, mais preocupados em apenas defender.
Não à toa, as chances claras de gol do Brasil demoraram para sair. Aos 36, Gabriel Jesus tabelou com Firmino e cruza para Neymar, que conseguiu escanteio. Depois, aos 42, Neymar acionou Gabriel Jesus na entrada da área, que bateu com força e virou Bravo desviar para escanteio.
No segundo tempo, o jogo mudou completamente. Lucas Paquetá entrou no intervalo no lugar de Firmino e logo no primeiro minuto abriu o placar após ótima troca de passes com Neymar.
O Brasil, porém, não teve muito tempo para comemorar. Aos três minutos, Gabriel Jesus foi expulso em um lance infantil. O atacante levantou demais a perna, acertou uma “voadora” no rosto de Mena e levou o cartão vermelho merecidamente.
Com um jogador a menos, o Brasil se viu pressionado novamente no jogo, a exemplo do que já havia ocorrido em boa parte do primeiro tempo. A seleção tinha muita dificuldade para sair no contra-ataque. Neymar, várias vezes, acabava fazendo a opção equivocada na hora de concluir a jogada. Quando tinha de dar o passe, o craque tentava o drible. E, no momento em que o melhor era partir para a jogada individual, ele passava a bola para algum companheiro bem marcado. Nos lances de bola parada, Neymar também estava sem muita inspiração. Muitas das suas cobranças de falta pararam na barreira.
O Chile foi ganhando espaço e tomando conta do jogo, sem que o Brasil conseguisse reagir. Aos 23 minutos, por muito pouco o Chile não empatou. Após aproveitar cruzamento para a área brasileira, Brereton cabeceou no travessão.
Nos minutos finais do jogo, o cansaço abateu os jogadores da seleção brasileira. Faltava força para apostar nos contra-ataques. Neymar era a válvula de escape do time. Quando o Brasil recuperava a bola, logo acionava o seu principal craque. Cabia, então, a Neymar segurar a bola para gastar o tempo ou cavar uma falta.
Tite mexeu na equipe, mas não conseguiu mudar o panorama da partida. Everton Cebolinha entrou no lugar do exausto Richarlison na tentativa de renovar o fôlego do ataque e manter a bola mais no ataque, mas pouco conseguiu fazer durante o tempo em que esteve em campo. Na defesa, Éder Militão reforçou a zaga na vaga do lateral Renan Lodi para segurar as investidas do Chile.
Os minutos finais foram tensos, com faltas duras e muita reclamação dos dois lados. Era claro e evidente o desespero de alguns jogadores da seleção brasileira contando os segundos para que o jogo terminasse logo. Mas, o Brasil se segurou até o apito final e garantiu vaga na semifinal.
FICHA TÉCNICA
BRASIL 1 x 0 CHILE
BRASIL – Ederson; Danilo, Marquinhos, Thiago Silva e Renan Lodi (Éder Militão); Casemiro, Fred e Neymar; Gabriel Jesus, Firmino (Lucas Paquetá) e Richarlison (Everton). Técnico: Tite.
CHILE – Bravo; Isla, Medel, Sierralta, Vegas (Palacios) e Mena; Pulgar (Meneses), Vidal e Aránguiz (Valencia); Alexis Sanchez (Brereton) e Vargas. Técnico: Martín Lasarte.
GOL – Lucas Paquetá, a 1 minuto do Segundo Tempo.
ÁRBITRO – Patricio Loustau (ARG).
CARTÃO VERMELHO – Gabriel Jesus
CARTÕES AMARELOS – Sierralta, Palácios, Ederson e Vidal.
LOLCA – Estádio Nilton Santos, no Rio.
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