Com a sexta vitória seguida nas Eliminatórias, a seleção brasileira igualou a marca das Eliminatórias da Copa de 1970 – venceu na época todas as seis partidas que disputou. E voltou a bater os paraguaios em Assunção em jogo válido pela fase prévia do Mundial depois de 35 anos. Em 1985, havia ganho por 2 a 0. Depois foram dois empates e duas derrotas.
Tite fez algumas mudanças na escalação em relação à partida com o Equador e também na maneira de o time jogar. Manteve os dois volantes, Casemiro e Fred, mas abriu Gabriel Jesus – que o técnico colocou no time no lugar de Gabriel – pela direita, Richarlison pela esquerda e deu a Neymar e a Firmino a função de mesclar o posicionamento na área com o recuo para jogar atrás do atacantes e construir as jogadas.
O Paraguai, por sua vez, montou um esquema bastante defensivo. Fechava-se às vezes com cinco zagueiros e três jogadores posicionados como volantes.
O problema para os paraguaios é que Neymar, centralizado e com liberdade de movimentação por grande faixa do campo, organizava a seleção brasileira e ainda confundia o sistema de marcação.
No primeiro ataque, o Brasil fez 1 a 0. Danilo tocou para Gabriel Jesus, que cruzou da direita, Richarlison não alcançou, mas a bola sobrou para Neymar, na cara do goleiro, marcar. Foi o 11º gol de Neymar em Eliminatórias (18 jogos), igualando-se a Romário (8 partidas) e Zico (11 jogos).
A vantagem construída com 3 minutos do jogo, deu a tranquilidade que o time precisava. Logo em seguida, Gabriel Jesus teve boa chance, mas foi travado. O Paraguai respondeu com uma bomba de fora da área de Alderete, aos 7 minutos. Ederson, que substituiu Alisson, fez grande defesa, espalmando a bola para escanteio.
Apesar de o Paraguai estar bem fechado, o Brasil continuava a encontrar espaços principalmente a partir da movimentação de Neymar. Às vezes, ele recuava até o meio de campo para buscar jogo. Numa dessas ocasiões, sofreu falta violenta de Gustavo Gómez – o palmeirense levou cartão amarelo. Outra boa opção era pelos lados do campo.
A seleção controlava o jogo, pressionava o Paraguai em seu campo, mas corria risco nas bolas esticadas pelo time da casa. Dessa maneira, Rojas conseguiu uma boa jogada aos 23 minutos, avançou e serviu Almirón. Para alívio do Brasil, o chute desviou em Militão e a bola saiu para escanteio.
Mas a seleção estava mais perto do gol. Aos 33, em cobrança de falta ensaiada, Neymar errou por pouco o gol de Antony Silva. Aos 46, Richarlison até marcou após ser lançado em velocidade e bater forte, cruzado. Mas o gol não foi validado, pois o atacante estava impedido, o que foi confirmado pelo VAR.
Na etapa final, a seleção voltou com Lucas Paquetá no lugar de Fred, que havia levado cartão amarelo no primeiro tempo – foi o segundo em duas partidas e ele está suspenso da partida contra o Chile, em setembro.
O Brasil manteve o domínio, teve duas boas chances em lançamentos para Gabriel Jesus, a zaga desviou em ambas as ocasiões o passe final, e uma cabeçada de Marquinhos que saiu rente à trave nos dez primeiros minutos. Aos 18, numa bola roubada por Gabriel Jesus, Neymar foi lançado, invadiu a área e bateu cruzado, errando por pouco.
A equipe continuava com bom volume de jogo, rondava bastante a área paraguaia, mas tinha dificuldade para concluir as jogadas. Pouco depois da metade do segundo tempo, Tite, percebendo que o adversário estava tentando se soltar e ser mais ofensivo, resolveu se precaver. Tirou Firmino e colocou o volante Douglas Luiz. Pouco depois, renovou o fôlego do ataque com as entradas de Everton Cebolinha e Gabriel.
Só que o Paraguai passou a dominar o jogo e a empurrar o Brasil para trás. Aos 41, Espínola conseguiu concluir de dentro da área, livre, mas Ederson defendeu. Logo depois, Neymar, de falta, voltou a errar por pouco. Mas, aos 48 minutos, o craque deu belo passe para Paquetá, que só teve o trabalho de bater rasteiro, consciente, fora do alcance do goleiro. Estava garantida a sexta vitória brasileira.
FICHA TÉCNICA:
PARAGUAI 0 x 2 BRASIL
PARAGUAI – Antony Silva; Rojas (Espínola), Gustavo Gómez, Alderete e Júnior Alonso; Gastón Giménez (Ávalos), Ángel Cardoso (Bareiro), Villasanti (Oscar Romero), Arzamendia e Almirón; Ángel Romero (Samudio). Técnico: Eduardo Berizzo.
BRASIL – Ederson; Danilo, Eder Militão, Marquinhos e Alex Sandro; Casemiro, Fred (Paquetá) e Firmino (Douglas Luiz); Gabriel Jesus (Gabriel), Neymar e Richarlison (Everton Cebolinha). Técnico: Tite.
GOLS – Neymar, aos 3 minutos do primeiro tempo. Paquetá, aos 48 minutos do segundo tempo.
CARTÕES AMARELOS – Gómez, Fred, Gabriel Jesus, Barreiro, Júnior Alonso, Alderete.
ÁRBITRO – Patricio Losteau (ARG).
RENDA E PÚBLICO – Jogo sem torcida.
LOCAL – Estádio Defensores del Chaco, em Assunção, no Paraguai.
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