De acordo com Gurría, o Brasil está aproveitando as capacidades instaladas da OCDE melhor do que outros países candidatos ao ingresso na entidade. “Isso é muito inteligente da parte do Brasil.”
O secretário-geral da OCDE também afirmou que a qualidade da democracia não é um fator que seja atualmente considerado como possível impedimento para a entrada do País na entidade. “Uma grande vantagem do Brasil é que o País é reconhecido como uma grande democracia”, afirmou Gurría.
O representante do Brasil na OCDE, embaixador Carlos Márcio Cozendey, que também participou do evento, disse que os membros da entidade ainda têm de decidir como se dará o processo para as próximas adesões. Atualmente, seis países estão na fila para entrar na OCDE. Além do Brasil, concorrem Argentina, Peru, Croácia, Romênia e Bulgária.
Apesar de o Brasil contar com apoios e participar de comitês da OCDE, segundo Cozendey, os membros da entidade ainda não conseguiram chegar a um consenso sobre a ordem das candidaturas.
“A OCDE também é uma propositora da agenda internacional”, disse Cozendey.
Ele ressaltou que o objetivo do Brasil ao pleitear a adesão à entidade é trocar experiências, ter suas políticas públicas conhecidas e participar da construção da agenda global em áreas como meio ambiente, finanças públicas e tributação digital.
Recuperação global
Em discurso feito na abertura do evento, Gurría afirmou que a recuperação do Produto Interno Bruto (PIB) global depende da “corrida” entre as taxas de vacinação contra a covid-19 e o avanço das variantes do coronavírus. Atualmente, a instituição prevê um crescimento mundial de 5,6% em 2021.
Ao ressaltar que a pandemia reverteu “quase todo” o progresso econômico construído desde a crise financeira global de 2008, Gurría disse que as perspectivas agora estão melhorando. No entanto, ele frisou que os governos precisam continuar a fornecer apoio à economia enquanto vacinam a população. Segundo o líder, a retomada será desigual entre os países.
Gurría encerrará este ano sua terceira gestão como secretário-geral da OCDE. Ele ascendeu ao posto em 2005. O mexicano será substituído pelo ex-ministro das finanças da Austrália Mathias Cormann, que assumirá o cargo em 1º de junho.
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