Pré-candidato ao governo do Estado, Requião diz que soma forças para reconstruir o Paraná

O ex-governador do Estado, ex-senador e pré-candidato ao governo do Paraná nas eleições deste ano, Roberto Requião (PT) esteve nesta quinta (28) e sexta-feira (29) na região Sudoeste, com a Caravana Requião. Ele participou na noite de quinta de um evento na Câmara Municipal de Pato Branco com lideranças locais, parlamentares, dirigentes partidários, movimentos sociais, apoiadores, lideranças sindicais e populares.

Segundo a assessoria, além dos correligionários do PT, lideranças de outros partidos, como PCdoB, Rede, MDB e PDT compareceram à Caravana. O movimento plural e suprapartidário pretende apoiar sua pré-candidatura.

Dentro da proposta, Pato Branco sediou o quinto encontro da Caravana em 2022, que, neste ano, tem na agenda uma série de atividades previstas para os próximos meses. Em 2021, foram realizados dez encontros em diferentes regiões do estado. A Caravana busca ouvir a população e mobilizar apoiadores, “na intenção de somar forças para a reconstrução do Paraná”.

Filiação ao PT

Na manhã de sexta-feira (29), o pré-candidato concedeu entrevista exclusiva ao Diário do Sudoeste. Requião falou sobre como foi romper o vínculo com o PMDB e filiar-se ao PT, deixando para trás o partido que ajudou a fundar, foi o filiado número um no Paraná e defendeu por quatro décadas.

“Eu não saí do PMDB, foi o PMDB que saiu de mim. Fui um dos fundadores do PMDB, o filiado número um no Paraná, mas o PMDB perdeu a compostura, o caráter, e passou a aderir ao mercado da política em troca de favores, empregos, emendas”, ressaltou.

Requião frisou que o atual governador tem hoje as tarifas de água e energia elétrica absurdamente caras e o PMDB está de acordo. “Também está de acordo com 15 praças novas de pedágio, está de acordo com os impostos absurdos. O PMDB apoia o governador Ratinho nesta guerra contra os professores, os funcionários da saúde e da segurança pública. O PMDB apoia o desgoverno. O Paraná não tem um governo. Vejo o governo do Paraná como uma molecagem. Estamos com uma inflação brutal, puxada pelo que a gente chama de preço administrado, água, luz, impostos, e a nível federal pela subida brutal do preço do combustível. E o PMDB do Paraná está apoiando isso. Perdeu a vergonha, a compostura. Então, entrei nessa federação, nessa frente política. Entrei no PT, que se associa a outros partidos para um movimento de recuperação do Paraná e do Brasil”.

O ex-governador frisou que atualmente o Paraná está sem governo. “Abandonado, ao caos, numa verdadeira molecagem com impostos altos, tarifas altas, mandando dinheiro pra fora do país. A Copel teve R$ 5 bilhões e 100 milhões de lucro, sem fazer nada, mandando esse lucro pra fora, para investidores da Bolsa de Nova Iorque, da China, da Coreia, da França, da Itália. Não tem nenhum sentido isso. Quando eu fui governador, naquela crise de 2007-2009, mantive a tarifa de energia elétrica como a mais baixa do Brasil, congelada por oito anos. É isso que o governo tem que fazer. Copel e Sanepar devem se vincular ao interesse do Estado, não ao interesse de acionistas que ninguém sabe quem são e da onde vieram. Eu vejo o PMDB aderindo, por oportunismo medíocre, a um desgoverno”, enfatizou.

Opções de partidos

Sobre a escolha pelo PT, dentre outras opções de partidos com a mesma linha partidária, Requião contou que foi uma escolha pessoal, mas “que de qualquer forma o governador Ratinho adquiriu os outros partidos. O PDT não está com o governador, mas está em um esquema muito diferente do meu. Espero fazer uma coligação com o PDT. Estamos conversando sobre isso. Mas entrei numa frente partidária. Não vou dizer que o Lula não tem defeitos. Tem defeitos e qualidades. Mas hoje ele é a única esperança do Brasil, pela sua identidade com a população, com a fraternidade do Lula com os mais pobres, com as nossas empresas, de sair dessa crise tremenda que o colocou na mão do capital internacional, que não produz nada e que acabou com a soberania do país, com os direitos dos trabalhadores”.

O pré-candidato enfatizou que no Paraná o governo está dando exoneração fiscal, isenção de imposto no valor de R$ 17 bilhões para as multinacionais. “E diz que isso é secreto. Que ninguém pode saber para quem eles estão dando. Sabe quanto custaria repor a inflação do funcionalismo, dos últimos oito anos? Quatro bilhões e meio, mais ou menos. Mas ele está dando R$ 17 bilhões de isenção. Atrás disso, o que você acha que pode haver, na tradição corrupta da política brasileira? Nós temos um estado pequeno e grandes negociatas”, ressaltou.

Segundo Requião, o pedágio vai se apresentar de novo, com 15 novas praças. “Sessenta e dois por cento a mais de preços absurdos. Mas querem deixar a licitação para depois da eleição. É mais uma maneira de enganar a população. Então, entrei nesse jogo, onde fui governador três vezes, fui senador da República, fui presidente do Parlamento Europeu Latino-americano, em Bruxelas, fui presidente das seções brasileiras do Parlatino e do Parlasul, aprendi muito sobre o que acontece no mundo político e econômico, e tenho condição de consertar as bobagens que esses irresponsáveis estão fazendo no Paraná”, ressaltou.

A escolha do vice

Questionado sobre uma possível dificuldade de conseguir um vice, nessa configuração ao governo do Estado, Requião disse que não há dificuldade alguma. “Estamos conversando com todos os partidos. Já temos um vice definido e será apresentado no momento certo”, revelou o pré-candidato, ressaltando que não sabe informar se há possibilidade de o PT lançar chapa pura no Paraná. “Estamos tentando fazer um movimento amplo. A candidatura de um movimento, não a candidatura de um partido. A abertura seria muito importante para esse momento político que nós vivemos. Inclusive, a meu ver, o candidato a senador deveria ser de um partido aliado, mas um sujeito que pense exatamente como nós pensamos, a respeito da dignidade do trabalhador, da necessidade do Brasil se constituir num país soberano, e do Paraná voltar a brilhar no cenário nacional, porque está completamente reduzido a muito pouco”.

Caravanas

Sobre as Caravanas, Requião explicou que com essa movimentação está buscando o esclarecimento político. “No momento em que o povo do Brasil e do Paraná souber o que está acontecendo, por que está sendo roubado na tarifa de água e luz, quem está ganhando com isso, a política vai mudar. A informação e a formação política da população é fundamental, e as caravanas têm essas características”, completou.

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