No fim de semana, durante a disputa do Campeonato Pan-Americano de Ginástica Artística, no Rio, ela realizou uma nova entrada na trave, um dos aparelhos, com perfeição. Com o auxílio de um trampolim, a garota fez uma versão do “candle mount’ (entrada em vela), saltando em direção à lateral da trave em uma posição esticada. Como inovação, ela incluiu uma meia pirueta.
O “Soares” foi homologado e ela realizou duas vezes na competição, ambas sem erros. Para o elemento foi atribuído um valor “D” no código de pontuação em uma escala de nota de dificuldade que vai de “A” até “H”. Segundo Helena Lario, delegada técnica da FIG, o movimento é inédito. “Nenhuma outra ginasta havia feito esse elemento antes. Não está no código de pontuação ainda”, disse.
Ela explica que, enquanto não entra no código, é estabelecido um valor provisório. “Se a ginasta o realiza numa competição oficial da FIG ou numa competição com representante técnico da FIG com êxito, sem quedas e correspondendo à descrição apresentada, são enviados à FIG o nome da ginasta, o país pelo qual compete e a descrição do elemento e o vídeo da competição em que tenha executado o elemento com êxito. Com tudo isso, a FIG confirma e inclui o elemento no código de pontuação com o nome da ginasta”, afirmou.
Júlia Soares não vai representar o Brasil nos Jogos de Tóquio, mas esse “batismo” de elemento dá um combustível extra para brilhar nos Jogos de Paris, em 2024. “Fico muito feliz de ter homologado um elemento, mesmo muito nova. Não tenho palavras para explicar a alegria de ter um elemento com meu nome. Muitas meninas tentam, mas poucas conseguem isso”, comentou.
Ela lembra que já fazia um tipo de entrada parecido, mas aí por sugestão de sua técnica começou a tentar a inovação e agora deu certo. “Comecei a fazer entrada reta há uns dois anos. A minha treinadora falou para eu dar uma mudada, então comecei a treinar esse elemento este ano”, revelou a atleta.
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