Com lições aprendidas, eles chegam a Tóquio cercados de metas, orgulhos e expectativas. “Estou muito orgulhosa da minha trajetória, de ser a primeira atleta negra do tiro com arco a disputar os Jogos Olímpicos pelo Brasil. Quero fazer bonito aqui como fiz em 2016”, disse a carioca, de 27 anos, que tem o melhor resultado do Brasil no tiro com arco da história: a nona colocação no Rio-2016.
Ane Marcelle se classificou para Tóquio ao conquistar o Campeonato Pan-Americano da modalidade, em junho deste ano, em Monterrey, no México. O caminho que percorreu até chegar ao Japão, como o de muitos atletas brasileiros, foi com obstáculos, mas também de aprendizado.
“No começo da pandemia eu fiquei 5 meses sem atirar, o nosso Centro de Treinamento foi fechado, isso atrapalhou um pouco a preparação. Mas, também, eu tirei um pouco da pressão e pude dar uma relaxada e isso acabou ajudando a conquistar a vaga para os Jogos”, contou a atleta, que vai competir nas provas individual e de equipe mista, essa ao lado de Marcus D’Almeida, dupla que, por sinal, foi medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos de Lima, em 2019, no Peru.
Para chegar a Tóquio, o percurso do também carioca Marcus D´Almeida foi diferente. Ele assegurou a vaga ao conquistar a medalha de prata no Pan de Lima. A trajetória esportiva até aqui também tem diferenças. Foi medalha de prata nos Jogos Olímpicos da Juventude de Nanquim-2014 – no mesmo ano foi vice-campeão mundial júnior – e chegou ao Rio-2016, dois anos depois, com a expectativa lá em cima por uma medalha, apesar de ter apenas 18 anos.
“Acho que pulei algumas etapas e não cheguei aos Jogos do Rio do jeito que eu gostaria. Hoje eu entendo o que foi disputar uma edição dos Jogos, o tamanho de tudo aquilo, e estou mais maduro. Estou aqui em Tóquio pronto para fazer o que eu treinei, da melhor forma possível, pensando sempre coisas positivas”, analisou o atleta, hoje com 23 anos, que, assim como Ane Marcelle, vai competir na prova individual e nas duplas mistas.
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